O parque, com investimentos de 32 milhões de dólares, incluiria um castelo fantasma com câmaras de tortura, atrações assustadoras e restaurantes servindo miolos fritos, "gelatina do terror" e coquetéis vermelho-sangue. Ele seria erguido sobre uma colina próxima à cidade medieval de Sighisoara.

É o que proclama um grande outdoor colocado pelo Ministério do Turismo da Romênia no terreno de 60 hectares, que também é uma reserva florestal repleta de carvalhos antigos.

A infra-estrutura no local é deficiente, o aeroporto mais próximo fica a horas de distância e até agora o Ministério do Turismo só conseguiu levantar investimentos de 3,2 milhões, muito menos do que esperava.

Mas o ministro do Turismo, Dan Matei Agathon - cujos outros projetos incluem transformar a costa do Mar Negro romeno num paraíso tropical através do plantio de palmeiras - diz que já é o suficiente para a obra começar.

CHARME MEDIEVAL

Ambientalistas e moradores da cidade de Sighisoara se opõem à idéia, dizendo que o parque em estilo Disney acabaria com as características próprias da cidade, erguida no século 13.

Sighisoara é o local onde, no século 15, nasceu o conde romano Vlad Tepes (Vlad, o Empalador), que teria servido de inspiração para o romance gótico "Drácula", do autor irlandês Bram Stoker.

Um dragão dourado enfeita a entrada a casa de três andares, situada na praça central da cidade, onde Vlad Dracul, pai de Vlad Tepes, viveu entre 1431 e 1435.

Dracul foi um apelido dado ao pai depois que um rei húngaro o agraciou com a Ordem do Dragão - "draco", em latim, mas traduzido para o romeno como "Dracul", ou o demônio.

O apelido acabou caindo como uma luva em seu filho, devido às histórias assustadoras sobre a crueldade de Vlad, o Empalador, que deram lugar às histórias de vampiros exploradas por Bram Stoker em seu livro.

O passatempo favorito de Vlad, o filho, era empalar ladrões, criminosos e seus inimigos. Os corpos deles eram deixados empalados em estacas ao lado das estradas, para servir de exemplo.

Sighisoara é patrimônio histórico mundial declarado pela Unesco, e os responsáveis pela campanha contra a construção do parque temático na cidade vão pedir ajuda à ONU.

Reuters

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