Você se sente representada pelo Congresso Nacional?
O Brasil é um país de maioria negra e as mulheres formam a maior parte da população, mas isso está longe de ser refletido na Câmara e Senado
Em ano eleitoral, observar quem são as pessoas que nos representam no exercício político é fundamental. Não só para escolher o nosso voto, mas também para compreender porque estamos no lugar que estamos enquanto país.
O Brasil é um país de maioria negra em que mulheres são a maior parte da população. Como analisamos na nossa conversa de hoje, essa não é a realidade vista no Congresso Nacional, espaço em que surgem leis, políticas públicas e outras ferramentas que interferem na qualidade da vida de todos. Quais os impactos de ter no poder uma parcela da sociedade que não reflete, de fato, o perfil da população?
"As leis feitas pelo Congresso tem uma tendência pensar dentro de uma perspectiva de vivência de homens brancos de classe média, mas a população que mais usa os serviços públicos, são mulheres negras periféricas, então temos políticas que acabam precisando serem refeitas, saindo mais caro para o cofre público, porque desenho da política não condiz com a realidade da população", explica a cientista política Nailah Neves.
Em entrevista, a pesquisadora Bárbara Libório destacou que, tendo acesso e conhecimento a essa disparidade dentro do Congresso, existem alternativas que podem melhorar esse cenário, a começar pelo apoio dado às mulheres que iniciam na vida política.
"O que essas mulheres precisam é de apoio. Depois que elas descobrem que elas são capazes, é isso que elas precisam. Até porque, não é uma jornada simples e ela acaba encontrando diversos tipos de violência política, seja em ataques nas redes sociais ou na falta de verba dentro dos partidos e de candidaturas laranjas", afirma Bárbara.
De olho no problema e também na solução, o nosso papo hoje é sobre a importância de um Congresso Nacional que reflita a realidade do nosso país e os caminhos possíveis para que isso aconteça. Bora?