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Atleta periférico volta à Pequim para disputar 2ª olimpíada

Jefferson Sabino disputou os Jogos de 2008, no atletismo, e está de novo em Pequim para as Olimpíadas de Inverno, no bobsled

18 fev 2022 - 08h00
(atualizado em 3/3/2022 às 19h36)
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Jefferson Sabino disputou Olimpíadas de 2008, e está de novo em Pequim agora
Jefferson Sabino disputou Olimpíadas de 2008, e está de novo em Pequim agora
Foto: Reprodução/Instagram

Se disputar uma Olimpíada já é uma honra para qualquer atleta, imagine então competir pelos dois tipos de Jogos: os de Verão, que são os mais tradicionais, e os de Inverno, que neste ano estão acontecendo agora em Pequim, na China.

Este é o caso de Jefferson Sabino, de 39 anos, que se tornou o quarto brasileiro - de um total de 128 atletas em todo o mundo - a ter esse feito no currículo. Nascido em Guarulhos, na Grande São Paulo, ele esteve em Pequim em 2008 para a disputa do salto triplo, e agora em 2022 voltou à capital chinesa como parte da equipe brasileira de bobsled.

O bobsled é considerado a “Fórmula 1 do gelo”. Consiste na descida de uma pista de gelo em trenós que são empurrados e conduzidos por um, dois ou quatro atletas. Esses trenós conseguem atingir uma velocidade média de 120 km/h e a vitória vai para quem completar a prova no menor tempo.

Ele contou como foi se preparar para um esporte de gelo em um país onde não neva. A pista usada pela equipe brasileira fica em São Caetano do Sul e foi desenvolvida por Edson Bindilatti, o piloto da seleção.

Jefferson já havia se aposentado do atletismo quando decidiu se arriscar no bobsled, no final de 2020. “Vi que abriram as seletivas para novos membros e pensei: por que não tentar? Fiz o teste e fui um dos selecionados. A partir daí, passei a treinar em alta intensidade novamente, porque aqui tem que estar os melhores”, conta o atleta, que ainda se surpreende em estar novamente numa Olimpíada.

“Não imaginava retornar a Pequim, 14 anos depois, e ainda numa modalidade totalmente diferente daquela que pratiquei durante 20 anos”.

Jefferson começou a praticar o atletismo já adolescente, no estádio da Ponte Grande, em Guarulhos, cidade onde morou até por volta dos 15 anos, quando mudou-se para São Paulo, já como atleta.

“Morei em alojamento e depois em repúblicas próximas à pista de atletismo onde eu treinava. Após minha aposentadoria do atletismo, em 2017, eu me mudei para Suzano”, diz.

Foi na cidade do Alto Tietê que ele pode repassar os anos de experiência adquiridos como atleta olímpico e medalhista pan-americano. Em 2019, ele desenvolveu um projeto de atletismo para crianças de bairros periféricos.

“A ideia era fazer corridas de rua nas periferias de Suzano para atrair essa molecada, mostrar que não existe só o futebol. Foram duas etapas, sendo a última no estádio da cidade. Elas conheceram a modalidade, vieram crianças de outras cidades, foi  muito bacana”, conta Jefferson, que inclusive deu nome a essa etapa final do projeto.

“Para 2020, decidimos fazer cinco etapas em cada bairro de Suzano, finalizando com o Troféu Jefferson Sabino, que foi essa homenagem que fizeram pra mim. A gente iria nas periferias, apresentava o atletismo para essas crianças e convidava eles para uma etapa final. Isso era para 2020, veio a pandemia e acabou adiando tudo”.

Jefferson e a equipe brasileira de bobsled competem nos Jogos de Pequim nesta sexta-feira (18), a partir das 22h30 (horário de Brasília).

Agência Mural
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