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Sexta, 21 de março de 2003, 16h36
Candidatos ao Oscar criticam a guerra

A sombra da guerra está afetando todos os participantes da 75ª edição dos prêmios Oscar, que serão entregues no domingo, mas os candidatos espanhóis e latino-americanos são os que expressam maior preocupação.

Por enquanto, o que se expressou de forma mais contundente sobre o início das hostilidades no Iraque foi o mexicano Carlos Cuarón, co-autor do roteiro de E tua mãe também junto com seu irmão e diretor Alfonso, candidato na categoria de melhor roteiro original.

"É uma situação estranha. Estava muito feliz até que (o presidente de EUA, George W.) Bush deu seu ultimato, porque sempre é muito gratificante que te reconheçam. Estava muito orgulhoso com a indicação, mas agora é diferente", explicou Cuarón em uma entrevista à EFE.

"Não é que o Oscar seja o prêmio mais importante, mas é o que abre mais portas. O que sinto é uma profunda contradição ética. Como posso estar festejando aqui enquanto o Governo deste país está matando gente no Iraque?", perguntou-se o jovem roteirista mexicano.

Nas semanas que antecederam o início da guerra, o diretor espanhol Pedro Almodóvar - candidato a dois Oscar por seu filme Fale com ela - já tinha expressado em numerosas ocasiões sua oposição à guerra, e ontem voltou a lembrar os sentimentos encontrados assim que chegou em Los Angeles.

"Por muito feliz que esteja, a felicidade está limitada por uma guerra com a que não estou de acordo", disse um Almodóvar disposto agradecer a Hollywood e "a dizer algo mais".

O diretor mexicano Carlos Carrera, que concorre ao Oscar de melhor filme estrangeiro por O crime do padre Amaro, também não pôde evitar sentimentos contraditórios entre a alegria de ser reconhecido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas e a situação mundial.

"Recorro ao exercício racional de separar as duas coisas, por um lado a decisão do presidente George W. Bush de atacar o Iraque, e por outro que a vida cotidiana deve continuar", esclareceu Carrera à EFE.

Carrera também reconheceu que "simbolicamente, me parece que o Oscar, a indústria de Hollywood, são parte da estratégia para impor uma determinada maneira de pensar no mundo todo", mas acha que é necessário estar presente na cerimônia e manifestar idéias contrárias.

Cuarón, por sua vez, mostrou-se a favor do cancelamento da cerimônia do Oscar.

"Sinto que a frivolidade do Oscar é inadequada diante da sombra de uma guerra tão terrível. Agora, sou a favor do cancelamento. Sabemos que é um evento superficial mas torna-se ainda mais frívolo quando o Governo deste país decide lançar uma guerra", disse Cuarón.

A decisão que tomou Almodóvar é a de fazer parte de uma "protesto silencioso" contra a guerra, coordenada pela organização pacifista Visão Global pela Paz, usando no próximo domingo em sua roupa um broche inspirado na pomba da paz de Picasso.

"Hollywood é contra a guerra. De uma maneira menos forte de como fazemos em Madri, mas contra", explicou Almodóvar.

O mal-estar de Hollywood com a guerra lançada pelos Estados Unidos no Iraque é notório.

O ator Will Smith anunciou na quinta-feira que não irá ao Oscar porque considera que "é inadequado", e provavelmente outras celebridades devem seguir seu exemplo.

EFE

 
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