Terça, 18 de março de 2003, 14h29
Chicago sai na frente do Oscar, com ou seu guerra

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood garante que a guerra não vai atrapalhar o Oscar e, ao que tudo indica, nada pode tirar de Chicago os principais prêmios no domingo. O musical da Miramax Films ganha cada vez mais "momentum" nos Estados Unidos: já faturou vários prêmios importantes, passou da marca dos US$ 125 milhões de arrecadação apenas na América do Norte e é o líder no mercado de apostas. Com a votação encerrando hoje, a única dúvida é saber quantas estatuetas o filme vai levar.

Os votos começam a ser contados amanhã. A empresa PricewaterhouseCoopers é a responsável pela contagem dos 5.816 votos dos membros da academia e pela produção dos envelopes selados com os nomes dos vencedores que vão ser abertos no domingo. Apenas duas pessoas da empresa vão conhecer os resultados até lá.

Para a categoria de melhor filme, a companhia inglesa de apostas Ladbrokes teve de parar de aceitar lances. "Nunca vimos tanto interesse em um só filme", disse a empresa em um comunicado distribuído à imprensa. Pelo menos entre os ingleses, a preferência pela fita está muito na frente de As Horas, O Pianista, Gangues de Nova York e O Senhor dos Anéis: As Duas Torres.

A Ladbrokes está apenas aceitando apostas agora sobre o número de estatuetas que o filme pode levar. Muitos críticos apostam que Chicago tem grandes chances na categoria de melhor filme, principalmente por conta da campanha intensa que a Miramax vem realizando no país. O estúdio também concorre com Gangues de Nova York e está claramente tentando impulsionar uma estatueta de melhor diretor para Martin Scorsese.

René Zellweger pode conseguir tirar o Oscar de Nicole Kidman, na categoria de melhor atriz. A australiana, que concorreu no ano passado por Moulin Rouge – Amor em Vermelho, perdeu para Halle Berry, de A Última Ceia. Sua atuação como Virginia Woolf, desta vez, é mais forte. Em um pesquisa realizada na internet pela revista Entertainment Weekly, quem leva a melhor é Catherine Zeta-Jones, que tem 39% da preferênica na categoria de atriz coadjuvante.

Chicago tem bem menos chances nas categorias de diretor (o estreante Rob Marshal dificilmente seria considerado maduro o suficiente para ganhar a estatueta), ator coadjuvante (com John C. Reilly ficando muito aquém do talento de Chris Cooper, de Adaptação, Ed Harris, de As Horas, Christopher Walken, de Prenda-me Se For Capaz, e Paul Newman, de Estrada Para a Perdição) e roteiro adaptado (neste, Adaptação é um concorrente quase imbatível).

Mas o musical deve engrossar a lista de vitórias com categorias menos glamourosas, como direção de arte, figurino e edição. Menos provável é que a música I Move On, composta especialmente para tentar concorrer ao Oscar, consiga vencer The Hands That Built America, escrita pelos integrantes do U2 para Gangues de Nova York.

Guto Barra
Planet Pop