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Segunda, 25 de março de 2002, 02h22

Poitier foi o primeiro negro a ganhar
um Oscar (Foto: AP)
 

O ator Sidney Poitier recebeu neste domingo um Oscar de homenagem que lhe concedeu a Academia das Artes e das Ciências Cinematográficas por sua trajetória e apoio à abertura da indústria do cinema à diversidade racial.

Como admitiu o presidente da organização, Frank Pierson, o prêmio "honra mais" a Academia por reconhecer este trabalho, que ao próprio ator, cuja obra fala por si mesma.

O prêmio para Poitier, de 75 anos, foi anunciado pelo candidato ao Oscar de melhor ator, Denzel Washington. "Poitier foi o primeiro afro-americano que chegou a ser um intérprete de alto nível e que mudou os estereótipos. É um modelo para mim e para todos os atores de cor", disse Washington.

Depois de ser ovacionado de pé no teatro Kodak de Hollywood, Poitier pôs a mão no coração e com voz quebrada assinalou que a comunidade de artistas negros nos Estados Unidos alcançou grandes avanços depois de mais de meio século de luta.

"Cheguei a Hollywood quando tinha 22 anos e as possibilidades não estavam a meu favor. E agora, aqui, estou graças a decisão valente de diretores que tiveram visão e sabiam que tinham que lutar ladeira acima".
"Beneficiei-me desse esforço", expressou Poitier, ao assinalar que queria compartir com eles a homenagem da noite.

"Também aceito este prêmio em nome de outros afro-americanos que me precederam neste longo caminho da atuação", acrescentou.

Poitier foi candidato ao Oscar como melhor ator em duas ocasiões, por Dissimulações e Lilies of the Field (1963), esta última pela que conseguiu a estatueta. Mas trata-se da única conseguida até hoje por um negro na categoria de melhor ator principal na história dos Oscar.

Como Poitier reconhece em sua biografia publicada há dois anos, The Measure of a Man, nunca sentiu que fazia história nessa jornada de glória na qual conseguiu o primeiro Oscar para um preto.

"Se cheguei a pensar que o país estava acordando e começava a reconhecer certas mudanças como inevitáveis? Não, não o pensei. Sabia que não tínhamos superado nada, porque cotinuava sendo o único", sublinhou.

Nascido em Miami, não só a carreira mas a vida de Poitier é um exemplo de superação, pois cresceu na maior pobreza nas Bahamas durante os primeiros 10 anos de sua vida, até encontrar um trabalho lavando pratos em Nova York, ao que se dedicou até responder a seu primeiro anúncio para ser ator.

Sem experiência profissional, Poitier lembra ter se inscrito nas aulas de interpretação de professores como Paul Mann e Lloyd Richards, sob cuja tutela conseguiu mostrar na tela a arte que tinha aprendido na rua de pretender o que não era.

Isso foi o que demonstrou em seus mais de 40 filmes desde 1949, que incluem clássicos como Blackboard Jungle (Rebelião nas Salas), Guess Who's Coming to Dinner (Adivinha Quem Vem para Jantar), In the Heat of the Night (Ao Calor da Noite) e To Sir with Love (Ao Mestre com Carinho).
Apesar deste reconhecimento, Poitier foi objeto de críticas, incluídas as procedentes do "poder negro", que em tempos de revolução social lhe acusaram de ser o "Tio Sam" do cinema.
"Sempre há um lugar para aqueles que desafiam o sistema... mas este nunca foi meu papel", admitiu Poitier em sua biografia.
O Oscar honorífico de Poitier é um galardão que já receberam outros atores e cineastas com um longo historial na indústria do cinema mundial, como Paul Newman, Sophia Loren, Satyajit Ray e James Stewart.

Efe

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