Segunda, 12 de fevereiro de 2001, 22h48min

Campanhas dos estúdios pelo Oscar esquentam

Nesta terça, dia 13 de fevereiro, será apresentada a lista com todos os indicados ao Oscar, mas a campanha pelas estatuetas mais cobiçadas da meca do cinema levou meses em plena ebulição.

Para ganhar o voto dos cerca de 5.600 eleitores da Academia das Artes e Ciências Cinematográficas, os estúdios gastaram milhões de dólares em publicidade e os astros e estrelas não hesitaram em mostrar-se ao público.

"Todos temos trabalhado com a esperança de chamar a atenção dos votantes da Academia, para que vejam nosos filmes", declara Steve Elzer, porta-voz de New Line Filmes, que este ano aposta forte na dramatização da crise dos mísses de Cuba, Thirteen Days.

Às vezes os eleitores precisam de "um pequeno empurrão" para ver os mais de 200 filmes em competição, acrescenta Laura Sosin, da Lions Gate Films, uma produtora que promove Shadow of the Vampire.

O que está em jogo não é só a honra do prêmio, mas também o ouro da bilheteria. Um Oscar na cerimônia de 25 de março pode traduz ir-se em milhões de dólares entre ingressos de cinema, vídeo e DVD.

Anúncio via babá
Numerosos atores, entre eles o menino britânico Jamie Bell (Billy Elliot), o veterano Geoffrey Rush (Quills) e a francesa Juliette Binoche (Chocolat) foram entrevistados na televisão.

Os promotores da fantasia de artes marciais Crouching Tiger, Hidden Dragon conseguiram um grande golpe quando os protagonistas do filme, Chow Yun-Fat e Michelle Yeoh, ocuparam a primeira página de um número especial sobre os Oscar da revista Entertainment Weekly.

Mas nem sempre foi assim. Willem Dafoe, que está entre os possíveis candidatos ao Oscar de melhor ator coadjuvante por seu papel em Shadow of the Vampire, lembra bem a primeira vez que foi eleito finalista por Platoon (1986), um filme de Oliver Stone sobre a guerra do Vietnã.

"Soube que era candidato quando a babá de meu filho me telefonou", declarou recentemente Dafoe ao jornal Los Angeles Times. De lá para cá, a campanha ganhou intensidade. Os anúncios na imprensa especializada "aumentaram nos últimos anos", explica um dirigente da Academia, Ric Robertson, cujo escritório estabelece as regras da campanha.

Sem presentes e fitas de vídeo
Mas o público só percebeu realmente o fenômeno há dois anos, quando depois de uma agressiva e onerosa campanha, a Miramax ganhou sete Oscar, incluindo o de melhor filme, para Shakespeare Apaixonado, que derrotou o grande favorito, O Resgate do Soldado Ryan.

A Academia tem agora regras estritas que proíbem os presentes promocionais, as campanhas telefônicas organizadas e os convites a seus membros para recepções e outros eventos.

A mudança ocorreu em razão da "revolução provocada pelo envio de fitas de vídeo aos membros no início da década de 90", explicou Robertson. Mas isso não deteve as "agências de prêmios" dos estúdios.

Outros estúdios têm de lutar contra o mito de que os eleitores têm a memória curta. Erin Brockovich estreou em março do ano passado, mas a Universal Pictures gastou recentemente uma grande soma para colocar o rosto de Julia Roberts em um anúncio de página dupla nos jornais Los Angeles Times e New York Times.

DreamWorks fez o mesmo com Gladiador e com Almost Famous. "Se um filme estréia muito cedo, é preciso fazer isso para infundir um novo interesse no momento dos Oscar", declarou ao Los Angeles Times Terry Curtin, da Universal.

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