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Ronaldo e Almodóvar podem trabalhar juntos no cinema

Terça, 18 de março de 2003, 17h25

Há poucas dúvidas de que um documentário dirigido por Pedro Almodóvar sobre o "fenômeno" Ronaldo só pode produzir um resultado mágico.

Woody Allen teve a oportunidade de fazê-lo, quando encontrou-se em Oviedo na entrega dos Prêmios Príncipe de Astúrias de 2002 com os capitães da seleção brasileira de futebol que ganhou as Copas da Suécia, em 1958, do México, em 1970, e dos Estados Unidos, em 1994.

Estavam ali Bellini, Carlos Alberto Torres e Dunga, prontos a explicar a Allen que o futebol no Brasil é mais que um esporte, é um sentimento, uma paixão compartilhada por todo um povo.

Para dizer que havia matéria suficiente para elaborar um roteiro de ilusões, de sentimentos e de paixões, três ingredientes que Allen costuma combinar com mestria em seus filmes.

O roteiro estava à mão: crianças de bairros pobres brasileiras que driblam o tráfico para, já adultos, ficarem famosos, milionários e deuses do futebol mundial.

Mas já se sabe que Allen é um apaixonado da NBA e que em seu país o futebol (ou "soccer", como o chamam) pouco tem a ver com o "futebol americano", o beisebol e o basquete.

De gênio para gênio, a oportunidade passa agra para Pedro Almodóvar, ao qual, segundo a imprensa brasileira, a produtora Paula Lavigne, mulher de Caetano Veloso, propôs que dirija um documentário sobre a campanha do pentacampeonato brasileiro.

Pedro Almodóvar tem uma dívida com Paula e com Caetano e talvez tenha chegado o momento de pagá-la.

O cineasta espanhol escreveu há alguns anos, na casa do casal em Salvador, o roteiro de Tudo sobre minha mãe, o filme com a qual ganhou um Oscar, em 1999.

No fim de 2001, Almodóvar hospedou-se na mesma casa e ofereceu flores à deusa do mar, Iemanjá, para pedir sucesso para Fale com ela, no qual Caetano Veloso canta Cucurrucucú Paloma.

A deusa cumpriu o desejo de Almodóvar seguramente muito acima das expectativas do cineasta.

Fale com ela não só funcionou, mas mereceu a candidatura aos Oscars de Melhor Diretor e Melhor Roteiro de 2002, um marco histórico para o cinema espanhol, além de ter abocanhado vários prêmios, entre eles o "Globo de Oro" e o "César".

A produção que tem em mente Paula Lavigne contaria com a participação especial de Ronaldo, estrela da seleção canarinha e artilheiro da última Copa.

Se a seleção brasileira desperta suficientes paixões para ser levada ao cinema, a campanha que conduziu ao quinto título mundial tem tantos elementos dramáticos, melodramáticos e até cômicos para montar um atraente documentário filme.

Pode-se mencionar as lágrimas de Romário para que Luis Felipe Scolari o convocasse, a pressão de todo um povo para que o treinador lhe atendesse, sua categórica e tenaz rejeição, a dramática campanha de classificação, a intriga sobre o estado de forma de Ronaldo e a ordem de abstinência sexual de Felipão a seus jogadores.

Só resta pedir a Pedro Almodovar que, por favor, aceite o convite de Paula Lavigne e faça com Ronaldo o documentário sobre a seleção brasileira que ganhou a Copa de 2002 para que os torcedores de todo o mundo sonhem com o poder de suas magias.

EFE

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