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Fazer cinema experimental está mais difícil, diz Carlos Saura

Quinta, 27 de fevereiro de 2003, 15h07

Está cada vez mais difícil fazer cinema experimental devido à crescente dificuldade de comercializar esses filmes, mas os novos formatos digitais podem ser a solução para os cineastas mais ousados, disse na quarta-feira, em Miami, o cineasta espanhol Carlos Saura.

"O que me fascina é descobrir novas possibilidades em cada filme, e o que me entristece é que está cada vez mais difícil fazer cinema ousado, inovador", disse o diretor em coletiva de imprensa que concedeu durante o 20º Festival de Cinema de Miami, no qual, na noite de quarta-feira, recebeu uma homenagem por sua carreira artística.

"Cada produtora tem tudo divido em cotas, como uma espécie de esquema decidido de antemão. A única solução é fazer cinema com menos recursos, como fiz em La Caza (1965). Seria preciso voltar a isso."

Para Saura, o conceito de cinema está mudando. "A facilidade de fazer filmes com câmeras digitais pequenas, em outros formatos, pode modificar a forma de fazer cinema no futuro. O cinema experimental é muito delicado e pode nos levar ao desastre econômico. Talvez seja preferível fazê-lo em formato pequeno."

Indicado ao Oscar em três ocasiões, Saura manifestou sua admiração por algumas produções latino-americanas como Cidade de Deus e disse que se preocupa com as dificuldades do cinema espanhol e latino-americano em abrir caminho nos mercados internacionais.

"Os canais de projeção e distribuição estão cada vez mais controlados pelo cinema norte-americano. É um milagre que Pedro (Almodóvar) tenha conseguido ir adiante; isso se deve em grande parte a sua própria persistência, mas é a exceção que confirma a regra", declarou.

Saura já dirigiu mais de 30 filmes, entre os quais os muito premiados Cría Cuervos (1975), Mamãe faz cem anos (1979), Carmen (1983) e Tango (1998).

ETERNO AVENTUREIRO

Depois da homenagem feita a Saura no Festival de Miami foi projetado seu trabalho mais recente, Salomé, que recria a história bíblica através do flamenco.

Eterno aventureiro, Saura disse que, como Salomé, explorou um gênero "estranho - uma espécie de documentário-ficção, uma idéia que implica em certo risco para todos".

Ele revelou que, no momento, está trabalhando em três projetos, o primeiro dos quais é Querida, alcánzame el cuchillo.

No ano que vem ele pretende rodar um longa sobre o rei Felipe II, e, além disso, está trabalhando com seu filho, Antonio Saura (produtor de Salomé), em "Amor de Dios, filme sobre uma escola de dança de Madri que foi fechada.

Vestindo camiseta azul, calças e jaqueta cáqui, Carlos Saura se descreveu, brincando, como "uma velha relíquia".

"O cinema é uma arte total, mais ainda do que a ópera, e abrange todos os gêneros. É uma busca, um jogo de espaço, memória e tempo. Para mim o cinema é uma aventura, um risco para mim - mas não para os produtores."

Reuters

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