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Documentário suíço mostra trabalho de fotógrafo de guerra

Domingo, 02 de junho de 2002, 10h08

O fotógrafo James Nachtwey, autor de imagens premiadas de ruandeses ostentando cicatrizes de cortes de facão e órfãos chechenos fugindo de balas e gás lacrimogêneo, acredita que a fotografia pode ser um forte antídoto contra a guerra.

O fotojornalista norte-americano, cuja atuação em zonas de conflito há duas décadas já se tornou lendária, virou tema de um documentário suíço, War Photographer (Fotógrafo de Guerra). Indicado ao Oscar, o documentário está prestes a ser lançado nos EUA e em partes da Europa.

O diretor Christian Frei passou dois anos seguindo os passos de Nachtwey, filmando valas comuns em Kosovo, tumultos de rua na Indonésia e batalhas campais na Cisjordânia. O contundente documentário de 96 minutos dirigido pelo cineasta suíço abriu o festival anual de documentários que aconteceu em abril em Nyon, na Suíça.

Frei contou ao público do festival que levou alguns anos para convencer Nachtwey a lhe deixar fazer o filme. "Ele dizia que seria perigoso demais e atrapalharia seu trabalho". Para conquistar a cooperação do rigoroso e independente fotógrafo, o diretor suíço desenhou microcâmeras especiais que foram acopladas à máquina do próprio Nachtwey.

Fotógrafo da revista Time desde 1984 e membro da famosa agência fotográfica Magnum de 1986 a 2001, Nachtwey já recebeu diversos prêmios, incluindo a cobiçada medalha de ouro Robert Capa - cinco vezes.

Desde a primeira cena do documentário, o espectador ingressa em seu mundo de morte e destruição - no caso, em Kosovo, durante o mês de junho de 1999. Fotografando casas que ardiam em chamas no povoado de Velika Krusa, Nachtwey faz closes dos rostos agoniados das mulheres que choram seus mortos.

Ele visita valas comuns na devastada província sérvia na companhia de Christiane Amanpour, a principal correspondente da CNN no exterior, que frequentemente segue a mesma trilha que ele, cobrindo os conflitos mais perigosos do mundo.

Nachtwey revela que decidiu ser fotógrafo de guerra na década de 1970, quando sua geração se revoltou contra o envolvimento dos EUA na Guerra do Vietnã. Seu primeiro trabalho no exterior foi na Irlanda do Norte, durante a greve de fome de integrantes do IRA, no início dos anos 1980.

Ferido várias vezes, o fotógrafo é visto desviando-se de projéteis e bombas de gás lacrimogêneo enquanto registra imagens de palestinos atirando pedras em Ramallah, na Cisjordânia, em outubro de 2000. Ele diz que precisa de cumplicidade das pessoas que fotografa, para que possa lhes dar voz. "Faço o possível para abordar as pessoas com respeito por elas e pela situação que estão vivendo", conclui.

Reuters

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