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Cinema ganha novo Coppola

Quarta, 29 de maio de 2002, 11h32

A família Coppola garante o lugar no futuro do cinema americano com a estréia de mais um cineasta. Roman Coppola, o filho de 36 anos do diretor de O Poderoso Chefão, leva às telas do país seu primeiro longa-metragem, CQ, que tem como desafio também as comparações com As Virgens Suicidas, o filme de estréia da irmã, Sofia. O jovem cineasta, que diz que o sobrenome famoso serve tanto para ajudar quanto para atrapalhar, não fez feio: a produção ambientada na Paris do final dos anos 60 é um dos bons filmes independentes em cartaz no momento nos Estados Unidos.

Roman passou anos dirigindo comerciais e videoclipes até decidir trabalhar em seu primeiro longa-metragem – um movimento inevitável em uma família que, de acordo com ele, “respira cinema”. Além do pai e da irmã, ele tem a influência da mãe, Eleanor, que dirige documentários, e do cunhado, Spike Jonze, o aclamado realizador de Quero Ser John Malkovich. Para um dos papéis secundários de CQ, ele escolheu o primo, Jason Schwartzman, que é filho de Talia Shire, estrela de O Poderoso Chefão.

O contato e o acesso proporcionado pela fama e pela produtora de Francis Ford Coppola (American Zoetrope) podem ter ajudado no processo de realização do filme, mas, segundo Roman, houve momentos difíceis. “Meu pai foi duro comigo”, disse o diretor ao jornal New York Post. “O roteiro estava pronto para ser filmado e ele dizia que eu deveria trabalhar mais nele, queria que eu ficasse refinando a história.” Quando o filme foi mostrado no Festival de Cannes de 2001, “deu o azar” de ser exibido logo depois de Apocalipse Now Redux, a nova versão do clássico do pai. “Dei várias entrevistas e todas as perguntas eram referentes a ‘Apocalipse Now’”, disse Roman, que, por sinal, fez uma ponta na produção, aos 11 anos.

CQ também rende comparações com As Virgens Suicidas, que Sofia concluiu há dois anos. Os dois filmes têm uma forte preocupação estética (com fotografia inspirada em editoriais de moda, ainda que de épocas distintas), trilha sonora assinada por modernos grupos franceses (o dela pelo Air e o dele pelo Mellow) e um elenco de atores bonitos.

Jeremy Davies, que apareceu em O Resgate do Soldado Ryan, faz o papel de um cineasta americano que trabalha como editor em uma produção futurista chamada “Dragonfly”, ao mesmo tempo em que tenta dirigir um trabalho “autoral e verdadeiro” sobre sua própria vida. Ele acaba se apaixonando pela estrela de “Dragonfly”, personagem da supermodelo americana Angela Lindvall, que tem uma atuação excelente para uma estreante vinda do mundo fashion. Também estão no filme Billy Zane, Gerard Depardieu e Dean Stockwell.

Apaixonado pela estética e pelos filmes do fim dos anos 60 (Barbarella, Danger: Diabolik e O Diário de David Holzman foram algumas das influências de CQ), Roman produziu uma simpática fábula retrô-futurista que é uma espécie de homenagem ao mundo do cinema. Recheado de situações e termos que são mais familiares para os profissionais da área, o roteiro, escrito pelo próprio cineasta, não chega a ser brilhante, mas é mais elaborado do que o de As Virgens Suicidas, por exemplo. “Sabia que iria receber críticas por fazer um filme sobre o mundo do cinema, mas acho que tinha de seguir meu coração”, defende-se Roman.

Guto Barra/Planet Pop

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