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Woody Allen, hipocondríaco e apaixonado pela França

Quarta, 15 de maio de 2002, 13h21

Apesar de não gostar de festivais, Woody Allen veio pela primeira vez a Cannes para apresentar pessoalmente na inauguração, esta quarta-feira, sua mais recente obra, Hollyood Ending, e o cineasta nova-iorquino, um hipocondríaco desopilante nas telas, mostrou-se um verdadeiro apaixonado pela França.

Diretor, roteirista e protagonista da obra, Woody Allen encarna um cineasta que se parece muito com ele mesmo, neurótico, conflituoso, sedutor, muito talentoso e irremediavelmente hipocondríaco.

No momento em que sua carreira parece acabada, sua ex-mulher consegue que um produtor de Hollywood, que, no caso, também é seu amante, o encarregue da direção de um filme de orçamento enorme. A grande vontade de voltar a fazer cinema vence as reticências de se reencontrar com sua "ex" e de trabalhar sob as ordens do homem por quem ela o deixou. E do conflito desses dois sentimentos, sai vencedora a hipocondria.

Tea Leoni, George Hamilton, Debra Messing, Mark Rydell e Treat Williams completam o elenco do filme. Allen, que uma vez mais não hesita em rir de si mesmo, também brinca um pouco com os franceses, mas com ironia terna, longe da mordacidade que reserva para Hollywood. É por isso que a obra do diretor americano é muito mais apreciada no Velho Continente do que em sua própria terra, a ponto da crítica francesa achar que seu filme é ótimo, ao passo que ele mesmo o considera muito ruim.

Comparando os dois tipos de cinematografia que são opostos em seu filme, Woody Allen assinala que "Hollywood prefere fazer um filme ruim que renda muito dinheiro do que um filme bom que renda pouco".

"Nos Estados Unidos consideramos divertido o fato de que os franceses descobrem sempre nossos artistas antes mesmo do que nós", acrescentou.

E em relação à sua vinda a Cannes, o diretor, que não perde a ocasião de expressar seu carinho pela França, explicou: "Os franceses me demonstram tanto afeto que pensei que devia oferecer um gesto de reciprocidade".

E sua vinda se torna mais significativa pois coincide com uma convocação ao boicote do festival feita na semana passada pela American Jewish Congres em função da agressão a sinagogas e escolas judias registradas na França nos últimos meses.

Indagado a respeito na coletiva de imprensa, Woody Allen declarou que "nunca sentiu que o povo francês fosse antisemita de forma alguma".

"Conheço um certo número de judeus franceses que também não acham isso. E acho que o povo francês pode ficar muito orgulhoso da maneira com que atuou na eleição passada. O país inteiro saiu às ruas em uma clara demonstração pública de suas posições em relação à extrema-direita e o totalitarismo", afirmou Allen.

Veja também:
» Cobertura completa do Festival de Cannes
» Fotos

AFP

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