O novo filme do australiano Baz Luhrmann é inacreditavelmente surpreendente. Drama, comédia e romance misturam-se ao ritmo musical alucinante que faz uma homenagem às grandes composições da música pop. Veja também:
Trailer do filme
Entrevista com o diretor
Nicole Kidman e Ewan McGregor são os protagonistas de uma bela e triste história de amor ambientada num dos maiores ícones da boemia parisiense, a casa de espetáculos Moulin Rouge, que existe ainda hoje, mas está decadente e virou atração para turistas.
Decano dos cabarés da capital francesa, com mais de um centenário, o Moulin Rouge é o guardião de uma tradição sumamente parisiense. Berço do cancã imortalizado por Toulouse-Lautrec, o local foi reconstruído depois de um incêndio no início do século XX. Ao longo de sua história, seu palco recebeu de Edith Piaf e Liza Minelli a Ella Fitzgerald e Frank Sinatra, incluindo até La Toya Jackson.
Moulin Rouge conta a história de um jovem e idealizador poeta Christian (McGregor) que desafia o pai e vai viver no boêmio bairro de Montmartre. Lá se apaixona pela famosa cortesã do cabaré, a exuberante e sedutora Satine (Nicole Kidman). Junto a um grupo de artistas, Christian precisa encontrar Satine para convencê-la a montar uma peça teatral em que será o escritor.
Enquanto apaixona-se pela bela cortesã, o poeta depara-se com a presença de um patético e egocêntrico Duque (interpretado magnificamente por Richard Roxburgh), que fará de tudo para consquistar sua amada, nem que isso implique gastar muito dinheiro, fazer ameças e até matar.
Nicole Kidman é quem mais brilha no papel que parece ter sido escrito para ela. Sua pele branca como neve e seus cabelos cor de fogo transportam-na para o pedestal de uma deusa de época, cujos trajes e adereços são impecáveis. McGregor revela-se um exímio cantor, mesmo que sua voz não seja das mais graves.
Apesar de ambientado no século XIX, o filme é completamente contemporâneo, com uma história inspirada no mito de Orfeu que, com certeza, inspira até o último dos românticos.
Baz Luhrmann já tem prática no gênero que chama de “cortina vermelha”. Seus filmes anteriores Romeu + Julieta e Vem Dançar Comigo já usavam a música como gatilho para a trama de amor que, nem sempre tem um final feliz. Este é um dos grandes méritos do cineasta, pois enquanto sua história conta um dos mais antigos dramas do homem: o amor, sua trilha rejuvenesce a alma com inúmeras canções contemporâneas - que vão da mais açucarada balada de Elton John até uma das mais viscerais obras do Nirvana.
Moulin Rouge é o resultado de um projeto orçado em 50 milhões de dólares, com cenários elaborados, figurinos fantásticos e uma história com diálogos compostos por letras de canções que marcaram época na música pop. Trechos das músicas de Beatles, U2, Madonna, Fatboy Slim, Christina Aguillera, Beck, Ozzy Osborne e até de David Bowie integram a obra que promete ser uma das grandes atrações deste ano nos cinemas.