Em Brother, Kitano mais uma vez retrata o silêncio e economia de palavras típicas da cultura oriental. A história tem como pano de fundo o universo da mafia japonesa, mas muitos outros focos são abordados pelo mestre moderno do cinema japonês Takeshi “Beat” Kitano.

O cineasta ficou conhecido no Japão por seus papéis cômicos, mas quando começou a produzir seus próprios filmes, revelou um universo muito diferente daquele conhecido. A mistura do amor e da violência em momentos muito distintos consagrou o cineasta que agora, em Brother, insere-se na cultura norte-americana de maneira nada silenciosa.

Esta mistura triste e melancólica entre a violência e a ternura já ganhou as telas com Hana-bi, Fogos de Artifício, que impressionou a todos e ficou com o Leão de Ouro de melhor filme do Festival de Veneza de 97. Em Brother, o cineasta assina, mais uma vez, o roteiro, direção e interpretação.

O conceito de Brother nasceu vários anos antes de sua produção. Em 1995, Kitano já havia pensado numa história sobre um guerreiro yakuza que introduz o códgio de honra e disciplina no mundo do crime de Los Angeles. Este é o primeiro filme de Kitano filmado fora do Japão, e principalmente, no idioma inglês.

A trama desenvolve-se quando o valente Yamamoto (o próprio Kitano) é forçado a deixar Tokyo. Ele vai para a América a procura de Ken (Claude Maki), seu meio irmão mais novo. Ele o encontra, mas Ken tornou-se um pequeno traficante de drogas. Quando Yamamoto conhece os amigos do irmão, percebe que já havia brigado anteriormente com um deles, Denny (interpretado por Omar Epps). Apesar das hostilidades iniciais e da dificuldade de comunicação entre os dois, surge uma forte amizade liderada pelo respeito mútuo.

A partir daí, todos começam a seguir os caminhos de Yamamoto, que rapidamente começa a dominar o mercado de drogas da cidade com sua habilidade e experiência do violento mundo do crime japonês. A gang de Yamamoto cresce, começa a ganhar muito dinheiro e domina quase todo o mercado, funcionando como uma grande empresa.

Yamamoto consegue unir força com o grupo de "chicanos" e também com um jovem rival japonês, Shirase (Masaya Kato). Mas, o grupo não quer curvar-se à máfia italiana. A partir daí, uma guerra sem fim inicia uma série de crimes violentos.