Neste filme, Isabelle Huppert interpreta Erika, mulher madura que divide seu tempo entre seu trabalho de professora de piano no conservatório de Viena e sua vida familiar com uma mãe absorvente que exclui a possibilidade de qualquer outra relação. Quando pode escapar da vigilância desta, surge a outra face de sua vida, sua sexualidade "voyeurista" e masoquista.

Isabelle Huppert já havia recebido o prêmio de interpretação deste festival em 1979 por Violette Noziere, de Claude Chabrol.

Aos 48 anos, a atriz já trabalhou em cinquenta filmes e em mais de dez peças de teatro, interpretando autores difíceis: Musset, Turgueniev, Shakespeare, Claudel, Virginia Woolf, Schiller ou Eurípides.

De La Dentellière (Uma amor tão frágil) de Claude Goretta (1977) aos personagens fortes com o diretor Claude Chabrol - Violette Noziere, Um assunto de mulheres (1988), A cerimônia (1995) -, esta atriz cerebral e sutil se transformou, como ela mesma disse, em "uma máquina de interpretar".

Nos últimos anos, Isabelle Huppert também se impôs nos palcos, especialmente com sua interpretação de "Medéia", sob a direção de Jacques Lasalle, em 2000.