Picapes GMC podem ser alternativa melhor do que Chevrolet
General Motors deu espaço demais para as picapes Ram, da Stellantis, e agora deveria pensar em trazer a marca GMC para o Brasil
O sucesso da Stellantis com as picapes Ram no Brasil finalmente convenceu a General Motors a trazer picapes maiores para o nosso mercado. Porém, talvez a estratégia tenha que ser mais ousada para dar certo – com as picapes GMC e não Chevrolet. Diz um ditado popular que "cavalo encilhado não passa duas vezes”, ou seja, é preciso aproveitar a oportunidade e montar quando o cavalo passa com sela.
Vários analistas consideram que a GM deu espaço demais para a Ram. Já há vários anos no mercado brasileiro com a picape 2500, a Ram está surfando na onda dos lucros do agronegócio com mais dois modelos: 1500 e 3500. Nos próximos dias a Ram lança o 1500 Classic. Enquanto isso, a GM anuncia a chegada do Chevrolet Silverado somente para 2023.
A alternativa para esse atraso, na visão de alguns especialistas, seria relançar no Brasil a marca GMC, que é usada pela General Motors nos Estados Unidos para caminhões e picapes. Não haveria problema em relação aos produtos, pois todas as picapes Chevrolet têm um modelo similar na GMC. Chevrolet e GMC são marcas da GM.
Ao contrário da Stellantis, que atua no Brasil com várias marcas (Ram, Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën), a GM aposta todas as suas fichas na Chevrolet. Para o novo cliente do agronegócio, entretanto, a imagem de marca é sinônimo de status. E a Ram, hoje, entrega mais status do que a Chevrolet.
Isso porque a Ram vende somente produtos de alto valor agregado (e com preços elevados). Já a Chevrolet, por ser uma marca generalista, que vende carros populares como Onix, Tracker e Onix Plus, terá mais dificuldade para vender um veículo premium, mesmo que ele tenha qualidade igual ou superior à da marca concorrente.
No momento, segundo a Fenabrave, o Ram 3500 lidera o segmento de picapes grandes com 598 vendas este ano. Em seguida vem o Ram 1500 com 497 emplacamentos. O Ram 2500 tem 68 vendas.
A questão aqui não é de qualidade de produto, pois a Chevrolet pode ter (e tem) veículos tão bons quanto os da Ram no segmento de picapes grandes, mas sim de imagem de marca, de valor agregado que motive o novo cliente do agronegócio (endinheirado e muitas vezes vaidoso) a mostrar para seu círculo de amizades um veículo de marca exclusiva.
Se a GM optasse por trazer a GMC ao Brasil, o Chevrolet Silverado seria substituído pelo GMC Sierra, GMC Sierra 1500 e GMC HD. Óbvio que não seria o caso de trocar o Chevrolet S10, já estabelecido no mercado (e que nos Estados Unidos se chama Chevrolet Colorado), pelo GMC Canyon. O que os analistas consideram é que, nos casos de veículos não comercializados, a GM deveria pensar nessa estratégia mais ousada e apostar na marca GMC.
Outro veículo importante da GMC é o Hummer Pick-up EV, que não é vendido com a marca Chevrolet. A mesma estratégia poderia ser usada também para carros de luxo, especialmente elétricos. Nesse caso, a GM pode apostar na linha Cadillac, que tem uma imagem de luxo gravada no imaginário popular.
Como já anunciou a futuras vinda da picape Chevrolet Silverado, a GM não vai mudar sua estratégia. O tempo vai dizer se o nome Chevrolet será forte o suficiente para peitar a Ram ou se a opinião de alguns especialistas sobre o investimento na marca GMC seria uma alternativa melhor para o mercado brasileiro. Afinal, o cavalo das picapes de grande porte passou encilhado e só a Stellantis montou, com a marca Ram, enquanto a GM ficou pensando se era o momento certo.
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