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Robôs que falam são mais confiáveis? Estudo diz que sim

A pesquisa também revelou que as pessoas tendem a não perceber defeitos ou imperfeições em robôs que conversam

19 set 2022 - 10h55
(atualizado às 13h37)
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Pesquisadores da Universidade de Lund, na Suécia, apresentaram um estudo que mostra que a capacidade de falar dos robôs pode influenciar diretamente no quanto os seres humanos confiam neles em situações nas quais a interação com as máquinas pode ser inevitável.

Segundo os cientistas, quando um robô humanoide consegue se expressar por meio da fala, as pessoas tendem a não perceber defeitos ou outras imperfeições presentes nos sistemas cibernéticos, mostrando que o simples ato de "conversar" pode diminuir a rejeição aos bots.

"Nós começamos a refletir sobre a possibilidade de que a capacidade de falar de um robô humanoide — que pode ser percebida como inteligência — influencia no quanto um usuário humano confia em uma máquina, mascarando seu comportamento defeituoso", disse o PhD em robótica Amandus Krantz em entrevista ao site TechXplore.

Aumento de confiança

Durante os testes realizados em laboratório, os pesquisadores descobriram que quando um robô não falava, os usuários tendiam a confiar menos nele, percebendo qualquer tipo de comportamento defeituoso em seus sistemas, independentemente do nível de interação entre eles.

Foto: twenty20photos/Envato / Canaltech

De acordo com os cientistas, esses experimentos provam que a capacidade de falar aumenta a confiança dos usuários em máquinas humanoides, principalmente quando pessoas e robôs precisam dividir o mesmo espaço ou interagir em ambientes como shoppings, aeroportos e até mesmo hospitais.

"Nosso experimento online contou com a participação de 227 voluntários. Quando analisamos as respostas das pessoas, descobrimos que, em geral, os robôs sem falhas eram os mais confiáveis. No entanto, quando um bot defeituoso falava, os participantes disseram confiar nele tanto quanto em robôs não defeituosos", acrescentou Krantz.

O poder da palavra

Segundo os pesquisadores, esses resultados podem ajudar no desenvolvimento de robôs capazes de interagir com seres humanos de forma mais natural, reduzindo os índices de rejeição que acabam dificultando a implantação de máquinas inteligentes em ambientes de convivência.

No futuro, essas descobertas podem ser fundamentais para que engenheiros e desenvolvedores de softwares mantenham o foco nos sistemas de fala dos robôs, permitindo que a capacidade de conversar aumente a confiança dos usuários humanos em seus colegas robóticos.

"Agora nós estamos planejando uma série de estudos que investigam como a confiança pode ser afetada por outros aspectos físicos em um robô humanoide — como o olhar ou a dilatação e contrição de pupila — para avaliar como essa interação pode ser aprimorada no mundo real", completou Amandus Krantz.

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