Rio-São Paulo é primeira ponte aérea biométrica do mundo; saiba como funciona
Os aeroportos de Congonhas, em São Paulo, e Santos Dumont, no Rio de Janeiro, são os primeiros no Brasil a receber totens para reconhecimento biométrico
O check-in por reconhecimento facial chegou aos aeroportos de Congonhas, em São Paulo, e Santos Dumont, no Rio de Janeiro. Com isso, a ponte aérea mais movimentada do Brasil se torna também a primeira com embarque 100% biométrico do mundo.
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Os totens de leitura biométrica foram instalados em 20 portões de embarque, somando os dois terminais, sendo 12 em São Paulo e oito no Rio de Janeiro. A novidade permitirá que as viagens entre os dois aeroportos e voos domésticos para outras cidades brasileiras sejam possíveis sem nenhum documento físico.
"Nada como usar os nossos próprios rostos como documento", diz o diretor comercial da Pacer, empresa responsável pela tecnologia. "Além da praticidade, economizamos tempo, papel e transformamos a experiência de viajar em um momento mais prazeroso e sem intercorrências", completa.
Implantação definitiva acontece agora
O reconhecimento facial para check-in nos aeroportos está em fase de implantação definitiva, que ocorre de forma gradual e simultânea em ambos aeroportos. Após a realização de testes operacionais, os equipamentos ficarão operacionais e serão disponibilizados para uso das companhias aéreas.
Para que as empresas possam fazer uso da nova tecnologia, é necessário que as companhias tenham formalizado sua adesão à iniciativa junto ao Serpro. Esta formalização consiste na assinatura de um termo de confidencialidade e um aceite referente às regras da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Antes da implementação, foram realizados diversos testes em um projeto piloto, o Embarque +Seguro, conduzido pelo Ministério da Infraestrutura e pelo Serpro, que é a empresa de tecnologia do Governo Federal. Durante os testes, o tempo médio para o embarque caiu de 7,5 segundos para 5,4 segundos por passageiro.
Embarques quase 30% mais rápidos
"Isso significa que, com a biometria, será possível processar mais embarques no mesmo tempo do processamento atual, correspondendo a um ganho de 27%", diz a Pacer. Porém, é importante ressaltar que o sistema não é obrigatório e o passageiro pode optar realizar os procedimentos tradicionais de check-in e embarque.
Cada empresa aérea que faz a rota Congonhas/Santos Dumont poderá adotar seus próprios procedimentos de cadastro biométrico e validação dos passageiros na base de dados do Serpro. Neste primeiro momento, os usuários precisarão de um documento biométrico válido, da passagem aérea e do acesso ao canal de cadastramento e validação biométrica da companhia aérea.
Como será o processo de reconhecimento
Por meio do canal, o usuário poderá realizar a validação biométrica associada ao voo, que poderá ser feita no momento do check-in ou após sua realização. Antes de cada voo, o usuário precisará aceitar os termos da LGPD. Realizada essa ação, o passageiro poderá usar o sistema biométrico de check-in.
Nos aeroportos, o reconhecimento facial será usado em dois momentos: no acesso à sala de embarque e, posteriormente, para a entrada na aeronave. Na sala de embarque, os totens farão a leitura biométrica da face dos passageiros e a consulta na base do Serpro, além da verificação de um cartão de embarque válido.
Após a aprovação, o passageiro poderá adentrar o local. No momento do embarque, ocorrerá um processo parecido, que liberará o ingresso na aeronave. Além de passageiros, o sistema também será disponibilizado para tripulantes dos voos, por meio do aplicativo Embarque +Seguro Tripulantes.
Serviço também será disponibilizado para tripulantes
Os tripulantes devem fazer login na plataforma Gov.br, realizar a checagem de documentos e dados profissionais, tirar uma selfie e uma foto da habilitação como participante da iniciativa para tripulantes. Porém, o procedimento biométrico não exclui a necessidade das inspeções de segurança aeroportuárias.
Para que o novo sistema fosse adotado em definitivo, foi necessária uma parceria técnica entre a Infraero, operadora dos dois terminais, e o Serpro, que desenvolveu o sistema de validação biométrica do Embarque +Seguro. Os equipamentos e interface, incluindo totens de leitura biométrica e catracas automáticas, estão a cargo das empresas de TI Pacer e Digicon, respectivamente.
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