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Realme confirma atuação independente da OPPO no Brasil

Em entrevista ao Canaltech, gerente de vendas da Realme Brasil comentou desafios do mercado nacional e planos para o futuro

5 ago 2022 - 18h45
(atualizado às 20h51)
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A Oppo surpreendeu todo mundo ao anunciar sua chegada ao Brasil no final de julho. Até então, porém, pouco se sabe de como a empresa chinesa atuará em nosso país, já que nenhum produto começou a ser vendido e até mesmo seu site oficial para o Brasil foi retirado do ar dias depois. Algo muito especulado foi a participação da Realme nessa chegada, já que a empresa é uma "irmã" da OPPO ao também pertencer ao conglomerado BBK Electronics, e adquiriu certa experiência no mercado nacional nestes mais de 1 ano e meio de atuação local.

Para tirar essa história a limpo o Canaltech conversou com Marcelo Sato, gerente de vendas da Realme Brasil, onde foi abordado o assunto OPPO e também os planos da Realme para este segundo semestre que tem tudo para ser ainda mais competitivo do que o primeiro.

Irmãs sim, mas concorrentes

Foto: Realme / Canaltech

O primeiro ponto é entender como funciona a atuação de Realme e OPPO a nível global. Apesar de ambas pertencerem ao grupo BBK Electronics, as marcas possuem atuações e equipes totalmente independentes, onde cada uma tem suas próprias metas e caminhos pelos quais buscam alcançá-las. Segundo Marcelo Sato, o mesmo será visto no Brasil, onde a Realme seguirá com seu próprio cronograma de lançamentos e expansão, vendo a OPPO apenas como mais uma concorrente como Samsung, Xiaomi e Motorola.

"A gente [Realme] já está no mercado brasileiro desde o ano passado, temos aí 1 ano e meio de operação. Foi um período em que a gente aprendeu bastante sobre o mercado brasileiro, que é um mercado muito diferente do resto do mundo, mas especialmente foi um ano de muitas e grandes realizações como marca aqui no país. A gente tem uma operação totalmente independente, um time de pessoas fantásticas, que tem um espírito muito jovem, muito ousado, como diz o nosso slogan (Dare to Leap, ou "atreva-se a saltar" em tradução livre), e que conhece muito do mercado nacional. E esse time vai nos ajudar a alcançar nossos objetivos." — Marcelo Sato, gerente de vendas da Realme Brasil

Além disso, Sato também afirma que ter uma concorrente como a OPPO no Brasil não mudará os planos agressivos da Realme para o mercado nacional, e sim que isso ajudará o mercado como um todo a se reinventar e entregar produtos ainda melhores por preços mais competitivos para o consumidor final.

"Não altera em nada [o planejamento], sendo bem objetivo. Acho que o grande beneficiado no final das contas é o usuário final. A gente sabe que no Brasil temos uma polarização de poucas marcas já por alguns anos, e ter novos competidores de peso vai ajudar a dar um ar novo para o usuário final. Temos um portfólio super agressivo de smartphones e linha AIoT (gadgets como fones e vestíveis), que permite ao usuário final ter mais opções de escolha com muita tecnologia, com muita inovação, uma democratização de tecnologias. Além de serem produtos sempre com um design super diferenciado e arrojado. No final quem ganha é sempre o usuário final, mas nossa estratégia não muda em nada, que é ser um dos maiores fornecedores de tecnologia do mercado nacional." — Marcelo Sato, gerente de vendas da Realme Brasil

Portfólio em constante atualização e Brasil em foco

A Realme possui um ecossistema consolidado chamado pela marca de "1 + 5 + T", onde o "1" indica o smartphone no centro de tudo, sendo ele seu principal produto. Já o "5" corresponde a outras cinco principais linhas de produtos — fones de ouvido Bluetooth, smartwatches, tablets, notebooks e TVs —, e o "T" diz respeito ao TechLife, que nada mais são que os demais gadgets responsáveis por compor o ecossistema da marca com foco em facilitar o dia a dia, como aspiradores robôs, monitores e muito mais.

Segundo Marcelo Sato, esse portfólio ainda está apenas em fase inicial no Brasil e pode passar por muitas mudanças no futuro, dependendo sempre do que as pesquisas de mercado e o feedback do público indicarem.

"A gente tem um portfólio imenso de produtos lá fora que se encaixam dentro dessa estratégia 1 + 5 + T. Para o Brasil iniciamos com o smartphone e já trouxemos outros dois dos cinco principais (fones e smartwatches), e temos sim a intenção de seguir ampliando esse portfólio, mas no final das contas quem vai definir isso é o nosso usuário final, nosso cliente, nosso fã. A partir do momento em que a gente sentir essa necessidade de ter um novo produto pode ter certeza que ele vai chegar ao Brasil." — Marcelo Sato, gerente de vendas da Realme Brasil

Além disso, Sato também comentou planos da Realme em relação a uma maior presença no varejo físico e sobre a criação de uma loja própria da marca, seja online, por quiosques ou mesmo uma loja conceito como a aberta na Índia recentemente. Ele lembrou que a Realme fechou uma parceria com a Havan ainda no final de 2021 para venda de seus produtos nas mais de 160 lojas da varejista espalhadas em todo o país, mas que "como todo jovem" a Realme é fissurada com o online, e tem nele o seu grande foco de comercialização.

"A gente é uma empresa ainda muito jovem. Vamos fazer agora em 22 de agosto quatro anos de operação global, e estamos no Brasil há um ano e meio. Como todo jovem a Realme é focada na Internet, e tem como grande foco esse canal online, já estando presente nos principais marketplaces do país. A gente começou uma parceria com a Havan no final do ano passado, então você encontra nossos produtos nas lojas da Havan, e a gente tem intenção sim de expandir cada vez mais os nossos canais. A gente teve a primeira experiência de uma brandshop na Índia recentemente e tem sido um sucesso muito grande, e a gente tem sim a intenção de trazer ela para outros mercados. Quem sabe a gente não encontra essas brandshops por aqui no Brasil?" — Marcelo Sato, gerente de vendas da Realme Brasil

Marcelo Sato comentou ainda que o Brasil é hoje um dos principais mercados da Realme a nível global, e que o time brasileiro tem ajudado com feedbacks e pesquisas de mercado para a otimização dos produtos para o nosso país. Com isso, é esperado que cada vez mais não apenas os smartphones mas também outros eletrônicos da Realme sejam pensados com o público brasileiro em mente, o que certamente ajudaria a marca a alavancar ainda mais o seu crescimento no país.

"Em primeiro lugar é agradecer pela recepção que a gente teve no Brasil. Nossa marca foi super bem aceita, mesmo sendo uma marca muito nova tanto a nível global quanto no Brasil, e sempre sentimos esse carinho ao falar com o público final ou com a mídia especializada. Temos um portfólio de produtos incrível, tanto com smartphones quanto em AIoT, são produtos com muita tecnologia e com belo design, e vamos sempre trabalhar para trazer um portfólio bem legal para o Brasil com cada vez mais inovações. Nossa principal operação é na Índia, mas o Brasil é sim um dos principais países dentro da estratégia global de expansão da marca. Está no toplist do nosso planejamento. Cada dia mais a gente passa os nosso inputs das necessidades do mercado nacional para que a gente consiga cada vez mais ter produtos com a cara do público brasileiro." — Marcelo Sato, gerente de vendas da Realme Brasil

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