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Novo reator transforma plástico e CO2 em combustíveis sustentáveis

Dispositivo movido a energia solar consegue converter resíduos plásticos e gases de efeito estufa em produtos utilizados pela indústria

25 jan 2023 - 14h31
(atualizado às 16h25)
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Pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, desenvolveram um reator sustentável movido a energia solar capaz de gerar combustível a partir de dióxido de carbono (CO2) — um dos principais gases responsáveis pelo efeito estufa — e resíduos de plásticos.

Segundo os cientistas, esse novo reator consegue converter CO2 e polímeros plásticos em diferentes produtos utilizados atualmente pela indústria, bastando apenas alguns pequenos ajustes e alterações mínimas no tipo de catalisador usado em seu interior.

"Nos testes de laboratório, o CO2 foi convertido em gás de síntese, um bloco de construção essencial para combustíveis líquidos sustentáveis, e as garrafas de plástico foram transformadas em ácido glicólico, amplamente utilizado na indústria de cosméticos", explica o engenheiro químico Subhajit Bhattacharjee, coautor do estudo.

Energia solar

O reator desenvolvido pela equipe de cientistas possui dois compartimentos separados: um para os resíduos plásticos e outro para os gases de efeito estufa. A energia para alimentar todo o sistema é fornecida por células de perovskita que absorvem a luz solar.

Foto: Reprodução/Universidade de Cambridge / Canaltech

Esses elementos são misturados com a utilização de um catalisador químico, fazendo com que sua decomposição se transforme em compostos mais sustentáveis e com uma redução significativa das emissões de dióxido de carbono na atmosfera do planeta.

"O que há de tão especial nesse sistema é a versatilidade e a capacidade de ajuste — estamos fazendo moléculas bastante simples à base de carbono no momento — mas, no futuro, poderemos ajustar o sistema para produzir elementos muito mais complexos, apenas trocando o catalisador", acrescenta Bhattacharjee.

Menos energia

Geralmente, a conversão de CO2 requer muita energia, mas a tecnologia desenvolvida pelos cientistas mostrou ser muito mais eficiente. Em uma analogia simples, Motiar Rahaman, também coautor do projeto, disse que a nova técnica é como acender uma luz e começar a converter produtos nocivos em algo útil e sustentável de forma seletiva.

Segundo os cientistas, nos próximos cinco anos, eles esperam desenvolver ainda mais o reator para produzir moléculas mais complexas que, no futuro, poderiam ser usadas em usinas de reciclagem livres de dióxido de carbono e totalmente movidas a energia solar.

"Uma tecnologia como a que desenvolvemos, movida exclusivamente a energia solar e que é capaz de ajudar a lidar com a poluição plástica e os gases do efeito estufa simultaneamente, pode ser um divisor de águas no desenvolvimento de uma economia circular", encerra Bhattacharjee.

Fonte: Universidade de Cambridge

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