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Mudanças climáticas podem resultar na sexta extinção em massa no planeta

Cientistas alertam para falta de estudos tratando de cenários mais extremos para as mudanças climáticas e a possibilidade de extinção em massa mais rápida

2 ago 2022 - 19h42
(atualizado às 21h48)
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Cientistas alertam que as mudanças climáticas podem ser mais extremas e catastróficas do que se esperava, e até mesmo mais rápidas. E o que é pior: eles alegam que a comunidade científica não tem levado tais questões tão a sério quanto deveria. Diversos estudos mostram que as previsões quanto ao aumento de temperatura global tendem a ser otimistas demais, e que novas extinções em massa podem ocorrer mais rápido do que as anteriores.

Publicado na revista científica PNAS, um desses estudos afirma que a população humana deve se preparar para cenários mais pessimistas causados pelo aquecimento global. Os pesquisadores responsáveis notam que especialistas vêm estudando o impacto de aquecimentos de 1,5 °C e 2 °C acima de temperaturas medidas em 1850, antes da industrialização, mas que não preveem o fim da humanidade — "apenas" um sobrecarregamento da economia global.

Foto: Reprodução/Pixabay / Canaltech

Estudando cenários

O problema, segundo eles, é o viés gerado por eventos como o acordo climático de Paris, assinado por quase todos os países do mundo, que procura manter o aumento da temperatura abaixo de 2 °C nesse século, ou, com sorte, 1,5 °C. Calha aos governos mostrar o que mudanças causadas por aumentos como esses causam, mas os mesmos preferem se afastar de previsões muito extremas.

Isso, dizem os pesquisadores, impede uma gestão de riscos mais assertiva e sensata, ainda mais quando há uma falta de estimativas em relação a aumentos de temperatura de até 3 °C comparado com sua probabilidade. Previsões baseadas em modelos climáticos colocam cerca de 2 bilhões de pessoas em regiões com médias anuais de 29 °C até 2070. Atualmente, isso só acontece no Saara e na costa do Golfo.

Além de impactos na vida cotidiana, temperaturas altas como essas podem afetar o funcionamento de contenções nucleares e laboratórios de contenção que abriam patógenos perigosos. Liberar radiação ou doenças por problemas de infraestrutura pode ter consequências muito catastróficas. Crises alimentares, financeiras e conflitos bélicos também podem ser problemas indiretos causados pelo aumento das temperaturas globais.

Com isso em vista, os cientistas pedem ao Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas que seja feito um relatório especial sobre mudanças climáticas mais catastróficas, o que pode ajudar na consideração de medidas de emergência, como bombeamento de gases refrigerantes na atmosfera, e na conscientização do público: embora assustadores, a perspectiva de cenários mais extremos pode fazer com que ações sejam tomadas com maior antecedência, talvez até mesmo os evitando.

Próxima extinção em massa?

E isso não afeta apenas nós, humanos: um estudo publicado no periódico Biogeosciences, em junho, prevê que as mudanças climáticas podem acabar gerando a sexta extinção em massa do planeta em período menor do que as anteriores. Quando há aumentos de temperatura, as espécies animais precisam se adaptar para conseguir sobreviver: um aumento rápido torna isso muito mais difícil.

A última grande extinção ocorreu num período de aproximadamente 60.000 anos: embora o estudo tenha descoberto que extinções de massa ocorreram com variações maiores de temperatura do que se pensava — 9 °C para aquecimento e 7 °C para resfriamento —, a emissão de combustíveis fósseis pode fazer com que a extinção ocorra em apenas algumas centenas de anos, matando animais pela falta de tempo para adaptação.

Há o perigo, ainda, de atingirmos pontos de inflexão, ou seja, eventos em que o aumento de calor desencadeia eventos naturais que aumentam ainda mais a temperatura, como emissões de metano vindas do derretimento de calotas polares ou florestas emitindo carbono ao invés de absorvê-lo. Em suma, os cientistas concordam em uma coisa: estudar melhor as consequências dos cenários mais pessimistas é fundamental.

Fonte: Biogeosciences, PNAS

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