Local de naufrágio do Titanic abriga desfiladeiro e vida submarina
Dunas submarinas e fossos se espalham pela região do naufrágio do Titanic, que abriga ainda diversas espécies marinhas e até bactérias que corroem o ferro
Em meio às buscas pelo submersível Titan, que desapareceu no último domingo (18) a caminho dos destroços do navio Titanic, a dificuldade de explorar um ambiente hostil como o local do naufrágio vem à tona. A 3,8 quilômetros de profundidade, o ponto em que o transatlântico se encontra é mais do que um lugar frio, escuro e vazio — diversas formações geológicas e até alguns animais são encontrados por lá.
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Após a colisão com um iceberg na noite de 15 de abril de 1912, 73 anos se passaram até que o RMS Titanic pudesse ser localizado. Foi em 1985 que o oceanógrafo Robert Ballard encontrou o local exato do naufrágio, após conseguir financiamento com a Marinha dos Estados Unidos — os militares americanos tinham interesse, na verdade, em encontrar dois submarinos nucleares afundados na década de 1960.
A navio repousa em uma elevação continental — a base de um grande desfiladeiro que separa a plataforma continental da América do Norte da planície abissal de Sohm, no fundo do Atlântico. Ao norte, estão os Grandes Bancos de Newfoundland, planaltos submersos que, na última era do gelo, ainda estavam expostos ao ar.
Ballard registrou, em artigo sobre a expedição que encontrou o naufrágio, que a área é caracterizada por sedimentos abundantes em suspensão na água e uma superfície ondulada — como dunas do tipo barcanas, observadas também em desertos em terra firme. Uma série de fossos também aparece nos arredores, segundo o explorador.
Esta e outras viagens foram capazes de identificar quase 30 espécies de animais marinhos abrigados nas ruínas da embarcação. Destacam-se, em especial, corais e esponjas, mas peixes como os granadeiros também estão presentes. Além disso, um estudo de 2010 conseguiu isolar uma bactéria — batizada de Halomonas titanicae — descoberta no local. Capaz de degradar o ferro, especialistas estimam que este microrganismo possa deteriorar totalmente o navio em cerca de 10 a 20 anos.
Outro desastre também aconteceu na região do naufrágio apenas 17 anos depois. Um terremoto de 7,2 graus de magnitude atingiu a região de Newfoundland, com tremores que foram sentidos até na cidade de Nova York. O evento teria rompido uma série de cabos de comunicação transatlânticos e gerado um tsunami que cruzou o oceano e chegou até a costa de Portugal.
Fonte: Deep Sea Research via: O Globo; National Geographic; Journal of Northwest Atlantic Fishery Science
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