Como saber o quanto de café é "muito café" para a saúde?

Quem gosta de beber café, dificilmente, toma uma única xícara da bebida energética e rica em cafeína por dia. Às vezes, tomar algumas xícaras a mais que o normal pode até provocar palpitações cardíacas. Por isso, é importante saber o quanto de café é demais para o corpo.

• Café pode desacelerar perda de memória relacionada à idade
• Cafeína no sangue reduz níveis de gordura corporal

Antes de seguirmos, é importante pontuar que, na maioria das vezes, os problemas relacionados ao excesso de café são diretamente causados pela cafeína — um dos milhares compostos químicos dessa bebida, só que este é capaz de estimular o sistema nervoso central. É o que dá a sensação de "energia".

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Para além do café, outros produtos podem conter cafeína, como refrigerantes, chás, energéticos, remédios para dor de cabeça e suplementos. Dessa forma, o consumo deve sempre ser feito com moderação.

Qual a quantidade segura de café para tomar por dia?

Para a maioria das pessoas com 18 anos ou mais, é seguro consumir até 400 miligramas de café por dia, segundo a agência norte-americana Food and Drug Administration (FDA). Isso equivale a quatro xícaras de café coado ou seis doses de café espresso.

Agora, para mulheres grávidas, a recomendação é menor. Segundo o Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas (ACOG), gestantes não devem ingerir mais do que 200 miligramas — cerca de duas xícaras de café por dia.

Vale explicar que, para definir essas normas do que é "muito café", a xícara padrão contém 240 ml e tem de 80 a 100 miligramas de café.

Apesar da regra geral, a FDA reconhece que algumas pessoas são mais sensíveis aos efeitos da cafeína no organismo e, nesses casos, doses menores podem provocar efeitos indesejados. Quem identifica esse tipo de complicação deve buscar orientação especializada e reduzir, de forma significativa, a quantidade diária ingerida de café.

Crianças e adolescentes podem tomar café?

Para crianças e adolescentes, não existe uma dose mínima de consumo de café. Isso porque o consenso científico é de que aqueles com menos de 18 anos não devem ingerir bebidas estimulantes, já que o sistema nervoso ainda está em fase de desenvolvimento.

Respeite o limite do corpo em relação ao café

Mesmo que, em um dia, algum adulto tome mais café do que o recomendado, é difícil imaginar que ele chegará ao extremo das complicações do excesso de cafeína no sangue. A explicação está no instinto de autopreservação, já que "a maioria das pessoas está bem sintonizada com sua resposta à cafeína", afirma Adrienne Hughes, médica toxicologista e professora assistente da Oregon Health and Science University, nos EUA, para o jornal NYT.

Em outras palavras, a especialista defende que, quando uma pessoa acostumada a beber café sente os primeiros sinais do excesso da bebida — como a aceleração dos batimentos cardíacos ou começa a ter ansiedade —, ela normalmente tende a parar a ingestão — e só volta a beber café no dia seguinte. Então, é fundamental ter autoconhecimento sobre os seus limites.

Problemas causados pelo café e pela cafeína

Agora, se a pessoa não sentiu os primeiros sinais do excesso de café no organismo, uma ampla gama de reações e sintomas, de fato, podem surgir, sendo que estes são capazes de afetar até o psicológico do indivíduo.

A seguir, confira os efeitos do excesso de café e, consequentemente, de cafeína no corpo humano:

• Batimentos cardíacos acelerados (palpitações);
• Crises de nervosismo;
• Ansiedade;
• Náuseas e vômitos;
• Dificuldades para dormir;
• Dores de cabeça;
• Aumento da pressão arterial;
• Refluxo.

Casos de overdose por cafeína

Em último caso, uma overdose por cafeína pode até levar o paciente ao óbito. No entanto, a maioria dos casos que envolve o consumo realmente excessivo desse composto está relacionado ao uso de suplementos — o cafezinho dificilmente é o culpado.

Hoje, existem diferentes formas de suplementação de cafeína, o que pode envolver comprimidos, fórmulas em pó ou mesmo injeções. De forma geral, os suplementos têm concentrações maiores e, como o consumo não é gradual — diferente das xícaras de café ao longo do dia —, é mais fácil a pessoa perder a mão na dosagem.

Segundo a médica Hughes, overdoses por cafeína podem ocorrer quando um indivíduo ingere a partir de 10 mil miligramas de cafeína. Só que para tomar isso, sem o uso de suplementos, é preciso beber de 50 a 100 xícaras de café, o que é um número bastante elevado e difícil de ser alcançado no dia a dia.

O lado bom do café para a saúde

Quando não estão em questão os excessos, o café geralmente faz mais bem do que mal ao organismo. Por exemplo, estudos sugerem que a ingestão moderada da bebida ajuda a reduzir o risco da doença de Parkinson, de Alzheimer e do diabetes tipo 2.

Além disso, pesquisas em animais sugerem que a bebida pode retardar o envelhecimento cerebral, preservando a capacidade de memória. Os testes com humanos ainda não foram iniciados.

Fonte: NYT, FDA  e ACOG  

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