Oxigênio no subsolo da crosta terrestre ajudou a vida a evoluir sem fotossíntese
Segundo estudo, a atividade geológica pode ter influenciado a química e microbiologia em locais quentes no subsolo da crosta terrestre
Cientistas descobriram uma fonte subterrânea de oxigênio, que pode ter influenciado a evolução da vida na Terra antes da origem da fotossíntese, ou até mesmo afetado a própria origem da vida em ambientes quentes do planeta.
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Os pesquisadores encontraram nas profundezas da crosta terrestre um mecanismo que pode gerar peróxido de hidrogênio a partir das rochas, durante o movimento de falhas tectônicas. Embora o elemento químico em altas concentrações possa ser prejudicial à vida, também pode fornecer oxigênio para os microorganismos.
A formação da substância teria ocorrido em regiões tectonicamente ativas, devido ao movimento da crosta terrestre. Segundo o estudo, esses movimentos criam uma série de rachaduras e fraturas no subsolo.
Com isso, as superfícies rochosas altamente reativas se tornam cheias de imperfeições, por onde a água poderia se infiltrar e reagir com os detritos esmagados. Entre os elementos disponíveis nessas rochas, estariam o granito, basalto e peridotito.
Essas interações foram simuladas em um laboratório, misturando esses materiais triturados sob nitrogênio com água livre de oxigênio. Em seguida, aqueceram a mistura com temperaturas variadas. Assim, os cientistas descobriram que quantidades substanciais de peróxido de hidrogênio — e o oxigênio resultante — só foram geradas em temperaturas próximas ao ponto de ebulição da água.
Jordan Stone, autor principal do estudo liderado pela Escola de Ciências Naturais e Ambientais da Universidade de Newcastle, disse: "Embora pesquisas anteriores tenham sugerido que pequenas quantidades de peróxido de hidrogênio e outros oxidantes podem ser formados por estresse ou esmagamento de rochas na ausência de oxigênio, este é o primeiro estudo a mostrar a importância vital das temperaturas quentes na maximização da geração de peróxido de hidrogênio".
O trabalho mostrou que a vida na Terra primitiva pode ter evoluído mesmo antes do advento da fotossíntese, influenciando a química e a microbiologia em ambientes quentes no subsolo da crosta. O artigo foi publicano na Nature Communications.
Fonte: Nature; via: SciTechDaily
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