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Tempestades "canibais": ejeções de massa coronal do Sol estão a caminho da Terra

As ejeções de massa coronal foram liberadas do Sol no início da semana; o esperado é que alcancem a Terra nesta quinta-feira (18), quando podem causar auroras

17 ago 2022 - 14h12
(atualizado às 17h00)
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Os últimos dias foram agitados no Sol: duas grandes ejeções de massa coronal (CME) explodiram da coroa solar neste domingo (14) e segunda-feira (15), e devem alcançar a Terra na quinta-feira (18). Conforme viajam pelo espaço, as nuvens de partículas das emissões podem se fundir em uma espécie de "canibalização", formando uma CME ainda maior e mais poderosa.

Além das CMEs, houve registros de erupções solares de intensidade moderada ocorridas na região do quadrante sudoeste do Sol, considerada altamente ativa. De acordo com o Escritório de Meteorologia do Reino Unido, os eventos causaram pequenas falhas em sistemas de comunicação de rádio, e devem ocorrer novas erupções nos próximos dias.

As ejeções de massa coronal são erupções de partículas carregadas, liberadas da atmosfera superior do Sol (a coroa). Quando duas delas ocorrem separadas por pequenos intervalos de tempo e a segunda é mais energética e mais rápida que a primeira, pode ocorrer o processo de canibalização.

É possível que a dupla de CMEs cause auroras visíveis em latitudes mais baixas que o comum, como Nova York e o sul da Inglaterra. As auroras são resultados das tempestades geomagnéticas, causadas pelas interações entre o campo magnético da Terra e as partículas do Sol — mas as tempestades geomagnéticas também podem causar problemas, como falhas em redes elétricas e em sistemas de comunicações via rádio.

Há perigo para a Terra?

O Centro de Previsão do Clima Espacial, da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), estima a possibilidade de tempestades geomagnéticas de nível G1 (o de menor intensidade) no dia 17 de agosto. Já no dia 18, o fenômeno poderá alcançar o nível G3 em função da chegada das ejeções de massa coronal expelidas pelo Sol durante o início da semana.

Foto: NASA/SDO / Canaltech

As tempestades de nível G3 são consideradas fortes, e têm potencial para aumentar o "arrasto" exercido pela atmosfera em satélites. Por isso, as operadoras podem precisar aplicar ações corretivas para evitar reentradas fora do planejado. Podem haver também problemas em sistemas de navegação de rádio de baixa frequência.

Os modelos do Centro sugerem que a chegada combinada das CMEs na Terra ou nos arredores do nosso planeta, a partir do dia 18, tem potencial para uma tempestade de nível G3 naquele dia. "Qualquer influência de CME deverá continuar no dia 19 de agosto, e um alerta de tempestade G2 será publicado, se necessário", escrevereu o órgão em um comunicado.

Fonte: MetOffice, NOAA

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