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Quem foi o segundo homem a pisar na Lua?

Buzz Aldrin foi o segundo homem a pisar na Lua, com a missão Apollo 11. Mais de 50 anos depois, ele segue promovendo a exploração espacial

17 ago 2022 - 20h12
(atualizado em 18/8/2022 às 05h45)
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Foi em 21 de julho de 1969 que os astronautas da Apollo 11 fizeram história ao pousar na Lua. Naquele dia, o astronauta Buzz Aldrin se tornou o segundo homem a pisar na Lua, 19 minutos após Neil Armstrong, comandante da missão. Durante a estadia em solo lunar, ele coletou amostras, tirou fotos e ajudou a hastear a bandeira dos Estados Unidos.

Os feitos de Aldrin não param por aí: antes mesmo da carreira na NASA, que culminou na missão em nosso satélite natural, ele já somava experiências como piloto de aviões de caça e engenheiro.

Após o fim de sua carreira de astronauta, Buzz Aldrin ainda escreveu e publicou livros e seguiu apoiando a exploração espacial — principalmente no que diz respeito a missões espaciais rumo a Marte. Saiba mais sobre a vida de um dos poucos homens que pisou na Lua:

Quem foi o segundo homem a pisar na Lua?

Infância e início da carreira de Buzz Aldrin

Buzz Aldrin. nasceu em 20 de janeiro de 1930 em Montclair, Nova Jersey, nos Estados Unidos. Seus pais eram Maron Moon, a filha de um capelão do exército, e Edwin Eugene Aldrin, coronel da Força Aérea dos Estados Unidos cujo nome foi herdado por seu filho. Já o apelido "Buzz", pelo qual o astronauta era mais conhecido, tem suas raízes na infância: quando era pequena, a irmã de Aldrin pronunciava a palavra "brother" ("irmão", em inglês) como "buzzer".

A família encurtou a palavra para "Buzz", e o apelido pegou tão bem que, em 1988, Aldrin o adicionou oficialmente como seu primeiro nome. Ele passou a infância como uma criança atlética, sem grandes interesses pelo espaço: Aldrin ficava bastante intrigado pelas obras de ficção científica, mas não costumava olhar para o céu noturno com curiosidade de explorá-lo um dia.

A primeira "selfie espacial" foi tirada por Buzz Aldrin, durante a missão Gemini 12 (Imagem: Reprodução/NASA)
A primeira "selfie espacial" foi tirada por Buzz Aldrin, durante a missão Gemini 12 (Imagem: Reprodução/NASA)
Foto: Canaltech

Aldrin estudou na Montclair High School e se formou com um ano de antecedência. Seu pai, aviador, queria que ele estudasse em uma escola de aviação para um dia comandar uma tripulação própria, mas Buzz tinha outros planos em mente: na verdade, ele planejava ser piloto de caça. Em 1947, ele entrou para a Academia Militar dos Estados Unidos, onde se tornou bacharel em engenharia mecânica.

Após sua formatura, em 1951, Buzz se juntou à Força Aérea dos Estados Unidos, onde serviu como piloto de caça durante a Guerra da Coreia, iniciada em 1950. Ele serviu em 66 missões de combate, e depois do fim do conflito em 1953, passou algum tempo no oeste da Alemanha, onde pilotou aviões F100 Super Sabre.

Já em 1959, Aldrin iniciou estudos no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Ali, ele concluiu o doutorado em Ciência da Astronáutica. Já em 1963, após concluir os estudos e produzir sua tese, Aldrin foi selecionado para integrar a equipe de astronautas da NASA, na sua segunda tentativa de candidatura à agência espacial.

Como Buzz Aldrin se tornou um astronauta

Buzz Aldrin decidiu se juntar à NASA com o incentivo de seu amigo Ed White, astronauta que participou da missão Gemini 4 e pereceu no incêndio da Apollo 1. Aldrin entrou no programa espacial da NASA como parte do terceiro grupo de astronautas da agência. Lá, ele usou os conhecimentos do doutorado para desenvolver técnicas de acoplagem e manobras para espaçonaves.

Foto: Domínio público / Canaltech

Esses conhecimentos foram colocados à prova em 11 de novembro de 1966, quando Aldrin e James Lovell (que, depois, faria parte da tripulação da Apollo 13) serviram na missão Gemini 12, um voo de quatro dias com o objetivo principal de manobrar e acoplar uma nave com um veículo Agena e aprimorar as técnicas de atividade extraveicular; ali, Aldrin passou mais de cinco horas no lado externo da nave, conquistando o recorde de caminhada espacial mais longa já realizado até aquele momento.

Durante a missão, o radar de bordo falhou e ele recalculou manualmente as manobras de acoplagem do voo. A Gemini 12 foi a última missão do programa Gemini e, depois, Aldrin foi designado tripulante reserva da missão Apollo 8, junto de Neil Armstrong e Harrison "Jack" Schmitt.

Como Buzz Aldrin foi escolhido para ir à Lua

Em janeiro de 1969, Donald Kent, diretor do Escritório de Astronautas da NASA, anunciou a tripulação primária da Apollo 11, que iria cumprir o objetivo de pousar na Lua: Neil Armstrong, Buzz Aldrin e Michael Collins foram selecionados para servir como comandante, piloto do módulo lunar e piloto do módulo de comando, respectivamente. Eles foram escolhidos com base na experiência que tinham.

A Apollo 11 foi lançada em 16 de julho de 1969 por um foguete Saturn V, que deixou a plataforma 39B do Centro Espacial Kennedy, na Flórida. Armstrong e Aldrin desceram à superfície lunar a bordo do módulo Eagle no dia 20 de julho. Mas, antes de deixar o módulo, Aldrin abriu uma embalagem com pão e vinho que trouxe da igreja Webster, onde era presbítero. Depois, ele transmitiu uma mensagem à NASA e celebrou a comunhão na Lua.

Já no dia 21 de julho, Neil Armstrong desceu à superfície lunar, tornando-se o primeiro homem a pisar na Lua. Passados 19 minutos, foi a vez de Aldrin pisar em nosso satélite natural. Conforme observou a paisagem lunar, ele a descreveu como uma "linda, linda e magnífica desolação". Entre suas tarefas, estavam os registros da missão, tanto que a maioria das fotos da Apollo 11 foi tirada por ele.

A dupla passou 21 horas e 36 minutos na superfície lunar, enquanto Collins seguiu em órbita, a bordo do módulo de comando. Oito dias após o lançamento, os astronautas da Apollo 11 retornaram para uma amerissagem (pouso no mar) no Oceano Pacífico, em 24 de julho. Aldrin foi condecorado com a Medalha Presidencial da Liberdade, e viajou pelo mundo junto dos demais tripulantes.

Carreira de Buzz Aldrin após a Apollo 11

Aldrin se aposentou da NASA em 1971, somando 289 horas e 53 minutos de atividades no espaço; quase duas décadas depois, ele deixou a Força Aérea. Em sua autobiografia, Buzz revelou que, após deixar a agência espacial, ele enfrentou dificuldades com o alcoolismo e depressão. Após um divórcio e recuperar a sobriedade, ele se voltou para estudos sobre avanços na tecnologia espacial.

Ele desenvolveu o "Aldrin Mars Cycler", um sistema de espaçonaves para missões em Marte. Além disso, Aldrin registrou três patentes nos Estados Unidos relacionadas a uma estação espacial modular, foguetes reutilizáveis e módulos tripulados. Ainda, ele criou a Fundação Sharespace, uma organização que promove a educação e exploração espacial.

Nas últimas décadas, Aldrin usou a fama para promover avanços do programa espacial norte-americano, com foco no retorno da humanidade à Lua e missões tripuladas a Marte. Além da autobiografia Return to Earth ("Retorno à Terra", em tradução livre), ele escreveu um livro de memórias, histórias infantis, dois romances de ficção científica e um livro de não-ficção, em que discute a Corrida Espacial. Aldrin também é a inspiração para o personagem "Buzz Lightyear", um dos protagonistas dos filmes da franquia Toy Story, que recentemente ganhou seu próprio filme.

O gosto pela exploração e aventura não desapareceu: em 1998, Buzz foi ao Polo Norte e visitou a Antártida em 2016, descrevendo sua jornada em sua conta no Twitter. Contudo, ele apresentou problemas de saúde durante a viagem, e precisou deixar o local às pressas.

Ele foi hospitalizado na Nova Zelândia em função do acúmulo de fluidos nos pulmões, e se recuperou; posteriormente, ele afirmou não se arrepender da viagem. Aldrin se tornou ali a pessoa mais velha a ir ao Polo Sul, e é o único astronauta da tripulação principal da Apollo 11 vivo.

Fonte: Via: History, NASA (1, 2), The Guardian, Live Science,

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