Por que asteroides troianos de Netuno são tão vermelhos?
Cientistas analisaram 18 asteroides troianos de Netuno; alguns deles eram muito mais vermelhos que outros conhecidos, e devem ter se formado mais longe do Sol
Os asteroides troianos de Netuno parecem ser mais avermelhados que a maioria dos asteroides do Sistema Solar, o que pode revelar pistas importantes sobre as origens deles e até do nosso "quintal espacial". A descoberta foi realizada uma equipe de cientistas liderada por Bryce Bolin, astrônomo do Centro de Voos Espaciais Goddard, da NASA.
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Estes asteroides estão agrupados em pontos de estabilidade gravitacional entre Netuno e o Sol, e orbitam nosso astro paralelamente ao planeta. Os primeiros troianos de Netuno foram descobertos em 2001 e, até agora, há menos de 50 deles conhecidos.
A pequena quantidade não indica necessariamente que são raros, mas sim que são pequenos e distantes demais para serem identificados. Mesmo assim, os autores conseguiram estudar vários deles: eles observaram 18 asteroides troianos de Netuno, sendo que, antes deste estudo, cerca de 12 haviam sido analisados com alguns dos maiores e mais potentes telescópios da Terra.
Para isso, eles sintetizaram os dados coletados por quatro telescópios e, com isso, monitoraram 18 asteroides troianos de Netuno. Depois, eles descobriram que as rochas espaciais eram mais vermelhas que a maioria dos asteroides conhecidos, sendo que quatro deles eram extremamente vermelhos.
Para os autores, alguns dos asteroides mais vermelhos de Netuno se formaram ainda mais longe do Sol, mas foram migrando para o interior do nosso sistema e acabaram capturados pela órbita do planeta. Assim, eles sugerem a existência de uma zona "intermediária" entre os asteroides mais avermelhados e os mais neutros.
Mas por que a cor chamou tanta atenção dos autores? É que o vermelho indica que os asteroides troianos são ricos em compostos voláteis, como amônia e metanol. Quando estão no estado sólido, eles têm altíssima sensibilidade ao calor e, se forem expostos a radiação solar suficiente, mudam para o estado gasoso.
Devido a este processo, os pesquisadores acreditam que asteroides mais próximos do Sol sejam menos avermelhados, já que devem ter perdido a amônia e metanol. Este cenário é apoiado por observações, que mostraram que as rochas no Sistema Solar interno são mais acinzentadas, e as do externo, mais avermelhadas.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society: Letters.
Fonte: Monthly Notices of the Royal Astronomical Society: Letters; Via: Royal Astronomical Society
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