Nova imagem do James Webb mostra uma quantidade absurda de galáxias
Mosaico formado por 690 quadros individuais mostra uma região do céu perto de Ursa Maior e deve incluir galáxias nunca vistas antes
O telescópio James Webb continua surpreendendo os astrônomos, dessa vez com a imagem mais ampla já fotografada por ele. A imagem é um mosaico de 690 quadros individuais tirados com a Near Infrared Camera (NIRCam), revelando inúmeras galáxias nunca vistas antes.
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Este mosaico cobre uma área cerca de oito vezes maior que a primeira imagem de campo profundo do Webb, anunciada em 12 de julho. A resolução da imagem e o tamanho do arquivo são tão grandes (31.200 x 10.000 pixels e 256 MB) que a equipe do Cosmic Evolution Early Release Science Survey (CEERS) recomenda não abrir em um celular.
Cientistas do CEERS disseram que o mosaico é de um pedaço do céu perto da constelação Ursa Maior. Rebecca Larson, parte da equipe, encoraja todos a baixar as imagens de alta resolução para ampliar e explorar. Se seu PC "aguentar o tranco", claro.
A recomendação de baixar as imagens em alta resolução é por um motivo muito simples: você não conseguirá ver a riqueza de detalhes, em versões reduzidas, como o recorte do tweet incorporado abaixo. "O grande número de galáxias que capturamos é inspirador!" disse Larson.
Com a imagem completa, você encontrará muitas galáxias incríveis e poderá explorar a diversidade de cores e formatos, inclusive algumas que parecem estar em fusão. As cores também indicam a distância dessas galáxias — azuis estão muito mais perto da Via Láctea que as mais vermelhas.
Seriously, I beg you to download the high-res image on your computer and ZOOM IN! Here is just 1/4 of 1 of 4 total images included in our mosaic and you can already see how much SPACE is here! *Warning* the high-res image is BIG - I recommend not trying to open it on your phone pic.twitter.com/UubUssmpr9
— Rebecca Larson (@SaturnsWings) August 16, 2022
O efeito visual que explica a relação entre cores é conhecido como redshift (desvio para o vermelho). Mas galáxias azuis também podem ser grandes formadoras de estrelas — as estrelas mais jovens e quentes costumam ser azuis, então a galáxia pode ser uma formadora de estrelas gigantes.
Alguns dos detalhes mais interessantes do mosaico foram destacados pela equipe do CEERS na imagem abaixo.
A imagem número 1 é uma espiral azul com alguns aglomerados bem visíveis — eles são pequenos bolsões de estrelas se formando. Já a imagem nº 2 foi apelidada de Pacman, enquanto a nº 3 foi chamada de Space Kraken e está a 9 bilhões de anos-luz de distância da Via Láctea.
Por fim, a imagem nº 4 mostra galáxias em interação, com um pontinho brilhante que pode ser a primeira supernova já encontrada pelo James Webb; a nº 5 é uma espiral com quantidade imensa de estrelas (a quantidade de detalhes em uma galáxia a 6,4 bilhões de anos-luz de distância impressionou os astrônomos); e finalmente muitas galáxias em interação.
Estes são os resultados da Epoch 1, a primeira rodada de dados do James Webb que cobre menos da metade da área total de pesquisa do CEERS. Ainda assim, as imagens já anunciadas levaram a muitas descobertas e quantidades inesperadas de galáxias, segundo Larson.
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