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Missão Artemis I levará fungos ao espaço "de carona"

O satélite BioSentinel levará células de leveduras ao espaço, que serão monitoradas para que os cientistas entendam como se saem ao serem expostas à radiação

16 ago 2022 - 14h45
(atualizado às 17h18)
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Um satélite que será lançado em breve com a missão Artemis I vai levar fungos ao espaço. Chamado BioSentinel e com tamanho parecido com o de uma caixa de sapatos, o pequeno satélite irá realizar o primeiro experimento biológico de longa duração no espaço profundo com células de levedura, que vão ajudar os cientistas a entender melhor os riscos que a radiação espacial oferece à saúde humana.

Os raios cósmicos altamente energéticos e as partículas vindas das explosões solares estão bastante presentes no espaço profundo, e esses tipos de radiação podem causar problemas significativos tanto a dispositivos eletrônicos quanto a células vivas. O BioSentinel terá a tarefa de monitorar os sinais vitais das leveduras para pesquisadores analisarem como se saem durante a exposição à radiação.

A missão conta com um novo biosensor, projetado especialmente para coletar medidas de como as células vão responder à exposição à radiação espacial a longo prazo. O dispositivo conta com hardware customizado, que permite pequenos fluxos controlados de volumes líquidos; eles serão o habitat das células, permitindo que os cientistas as observem em tempo real.

Já os dados de radiação serão coletados por um detector, que vai funcionar junto do biosensor. Este dispositivo caracteriza e mede a radiação, e os resultados dele serão comparados à resposta biológica do biosensor. Com os dados dos conjuntos de instrumentos em mãos, os pesquisadores vão poder comparar as respostas dos microrganismos em diferentes ambientes e níveis de radiação.

"O BioSentinel é o primeiro de seu tipo", disse Matthew Napoli, gerente de projeto do satélite. A ideia é que a missão estude o crescimento celular e a atividade metabólica dos microrganismos após a exposição a ambientes altamente radioativos, além da órbita baixa da Terra — e as células das leveduras, em específico, têm mecanismos biológicos parecidos com os das células humanas, por isso foram escolhidas para o estudo.

Foto: NASA / Canaltech

Tanto o satélite quanto as demais cargas úteis secundárias da missão foram instalados em um adaptador atrás da cápsula Orion, no foguete Space Launch System (SLS). Algumas horas após o lançamento, quando a cápsula Orion já estiver seguindo rumo à Lua, o SLS vai liberar o BioSentinel no espaço; alguns dias depois, ele viajará para além do nosso satélite natural.

Em seguida, o BioSentinel passará de seis a nove meses orbitando o Sol. Nesta etapa, a equipe do satélite vai conduzir estudos periódicos da situação das leveduras, e os dados serão enviados para a Terra por meio da rede Deep Space Network.

Fonte: NASA

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