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Meteoritos reforçam tese que colisão entre a Terra e planetoide deu origem à Lua

Estudo encontrou gases nobres da Terra em meteoritos que vieram da Lua, o que nos deixa mais próximos de decifrar a origem de nosso satélite

16 ago 2022 - 13h15
(atualizado às 15h51)
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Uma das hipóteses mais aceitas sobre a formação da Lua é que um objeto do tamanho de Marte, um planetoide chamado Theia, se chocou com a Terra, gerando detritos que se aglutinaram para se transformar em nosso satélite natural. Agora, estudando vidro lunar, cientistas fortalecem ainda mais essa ideia.

Geoquímicos e petrólogos do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique estudaram amostras de meteoritos que vieram da Lua e revelaram que essas pequenas rochas herdaram os gases nobres hélio e neônio que estavam no manto terrestre.

Os meteoritos foram coletados pela NASA na Antártida e contêm neônio e hélio em quantidades muito maiores do que o esperado, o que levou a equipe a descartar os ventos solares como fonte desses gases. A aposta é que eles vieram de dentro da Lua antes de serem enviados à Terra.

Para explicar como esses meteoritos se formaram e vieram parar na Terra, a equipe descreveu o seguinte processo: o magma lunar, formado quando a Lua tinha vulcões ativos, subiu à superfície e se solidificou rapidamente. Com isso, formaram-se partículas de vidro nas quais os gases foram conservados.

Fluxos de lava que vieram depois cobriram essa camada anterior, protegendo-a dos raios cósmicos e de ventos solares. Isso impediu que elementos químicos contidos no vento solar fossem armazenados nas partículas de vidro e alterassem sua "impressão digital" química, chamada assinatura isotópica.

Foto: American Museum of Natural History / Canaltech

Por fim, os asteroides que constantemente caem na Lua causam, às vezes, um impacto forte o suficiente para ejetar fragmentos das camadas de lava em direção à Terra, caindo por aqui na forma de meteoritos. Muitos deles são encontrados nos desertos do noroeste da África e na Antártida — a NASA tem uma coleção de 70.000 meteoritos desse tipo.

Com acesso a seis amostras concedidas pela NASA, os pesquisadores usaram um espectrômetro de massa de gás nobre de última geração chamado "Tom Dooley" — o único instrumento capaz de detectar concentrações tão baixas de hélio e neon.

Os resultados, publicados na revista ScienceAdvanced, mostram que os gases existentes na Terra em sua infância foram arrancados após a colisão gigante com Theia, e fizeram parte da matéria que viria a se transformar na Lua.

Fonte: ScienceAdvanced, ETH Zurich

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