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James Webb observa galáxias em fusão, mas não encontra buracos negros ativos

Galáxias estão a 275 milhões de anos-luz de distância; imagem contraria as expectativas dos astrônomos para esse tipo de evento cósmico

4 ago 2022 - 19h45
(atualizado às 23h36)
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O telescópio James Webb fotografou, com suas câmera de luz infravermelha, duas galáxias colidindo. Mas, contrariando as expectativas dos astrônomos, não parece haver buracos negros supermassivos ativos nessa fusão estranha.

Este par de galáxias em fusão é conhecido como IC 1623 ou VV 114, e fica a cerca de 275 milhões de anos-luz de distância, na direção da constelação da baleia (Cetus). O objeto já foi alvo de estudos com telescópios como o Hubble, mas pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia queriam compreender melhor o processo de colisão.

Normalmente, uma fusão como esta causa mudanças nas galáxias envolvidas, como o formato, composição e as emissões de radiação. Um dos objetos a emitir radiações extremas nas colisões galácticas são os buracos negros supermassivos que devem habitar no coração de cada uma delas, mas não foi isso o que aconteceu neste caso.

Curiosamente, no IC 1623 não foram observadas atividades em buracos negros supermassivos centrais. Isso significa que, mesmo com a fusão, os buracos negros não se alimentaram de matéria circunvizinha. Isso é um tanto surpreendente para os cientistas.

Espera-se que, à medida que as galáxias orbitam uma à outra e começam a se fundir, a interação gravitacional arranque fluxos de matéria uma da outra, criando ondas de choque violentas. Essas ondas passam por ambas as galáxias e perturbam as regiões de gás e poeira, o que deveria aumentar a atividade dos buracos negros.

A ausência dessa atividade em IC 1623 chamou a atenção da equipe de pesquisa, que busca compreender melhor os mecanismos por trás da fusão de galáxias. "Pode ser que tenhamos que procurar um pouco mais (pela atividade dos buracos negros) — eles nem sempre se levantam e acenam", disse Vivian U, da Universidade da Califórnia, Irvine, que participou do estudo.

É possível que os buracos negros supermassivos estejam escondidos em algum lugar, com pouca atividade para aparecer nos dados. Para encontrá-los, serão necessários mais estudos e, talvez, mais tempo de observação com o James Webb ou outros telescópios.

Fonte: New Science

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