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Estrela ainda hipotética pode ser sido encontrada a 8 mil anos-luz

Cientistas da USP e UFABC descobriram que um objeto compacto pode não ser uma estrela de nêutrons, mas sim uma hipotética estrela de um tipo "estranho"

10 abr 2023 - 19h09
(atualizado às 21h51)
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Uma estrela com menos da metade da massa do Sol parece estar mais perto da Terra do que se pensava. De acordo com cientistas da Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Federal do ABC, a estrela XMMU J173203.3-344518 está a 8.150 anos-luz de nós, distância determinada após analisarem a massa e tamanho dela. Mas esse tipo de estrela ainda é hipotético e nunca foi confirmado em observações.

Há estrelas de determinada massa que, quando esgotam suas reservas de combustível para a fusão nuclear que as sustenta, colapsam sobre si próprias e liberam suas camadas externas. Ao fim do processo, resta uma estrela de nêutrons, que são objetos extremamente massivos.

Os cientistas acreditam que as estrelas devem ter, no mínimo, pouco mais de uma massa solar para formar objetos do tipo. Só que XMMU J173203.3-344518 tem 77% da massa do Sol, sendo pequena demais para chegar neste limite — até então, a menor estrela detectada que originou uma estrela de nêutrons tinha 1,17 massa solar.

Foto: Universidade de Cardiff / Canaltech

As dimensões sugerem que ela não é uma estrela de nêutrons e, para entender melhor sua natureza, os autores seguiram com os resultados de outro estudo realizado por cientistas da Universidade de Tübingen, na Alemanha. Eles analisaram a estrela e concluíram que ela estava a 10 mil anos-luz de nós.

Com base nos resultados anteriores, os autores das universidades brasileiras analisaram novamente a massa, raio e temperatura da superfície da estrela. Ao comparar os resultados com equações e modelos da formação de supernovas, os autores concluíram que o objeto tem características que combinam com aquelas das hipotéticas "estrelas estranhas".

Trata-se de um tipo de objeto que parece ser formado principalmente por quarks estranhos, um tipo de pequenas partículas que se formam quando há pressão suficiente. No caso de XMMU J173203.3-344518, as novas estimativas indicam que houve condições de resfriamento que correspondem ao possível tipo "estranho".

Por outro lado, isso não significa que o objeto não possa pertencer a alguma categoria, digamos, mais comum, e o melhor jeito de saber qual delas se aplica é com novas observações. "É prematuro alegar qualquer conclusão mais firme, embora este seja um caso importante e novas detecções possam contribuir para o quadro completo", afirmaram.

O artigo com os resultados do estudo será publicado na revista Astronomy and Astrophysics Letter, e foi disponibilizado no repositório online arXiv ainda sem revisão de pares.

Fonte: arXiv; Via: Science Alert

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