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Estas superterras orbitam uma das estrelas mais frias conhecidas

A estrela LP 890-9 fica a 100 anos-luz da Terra e é orbitada por LP 890-9b e LP 890-9c, exoplanetas rochosos 30% e 40% maiores que a Terra, respectivamente

8 set 2022 - 18h36
(atualizado às 20h36)
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Uma equipe internacional de astrônomos liderada por Laetitia Delrez, cientista exoplanetária da Universidade de Liége, na Bélgica, encontrou dois exoplanetas rochosos orbitando uma estrela extremamente fria, localizada a 100 anos-luz da Terra. Esta é a segunda estrela mais fria já descoberta com planetas em sua órbita — a primeira é a anã vermelha TRAPPIST-1.

Os dois planetas em questão são considerados "superterras", planetas mais massivos que o nosso, mas menos que Júpiter e Urano. Elas podem ser feitas de gases, rochas ou até ambos, e não são necessariamente parecidas com a Terra. Embora não exista nenhum objeto parecido com elas no Sistema Solar, as superterras são relativamente comuns em meio aos demais planetas da galáxia.

Foto: NASA/JPL-Caltech / Canaltech

Chamado "LP 890-9b", o planeta mais interno do sistema é cerca de 30% maior que a Terra e completa uma volta ao redor da estrela em 2,7 dias. Já o segundo, chamado "LP 890-9c", é 40% maior que a Terra, mas tem período orbital de 8,5 dias e está na zona habitável de sua estrela; portanto, ele está a uma distância dela que permite a existência de água líquida em sua superfície.

O planeta mais interno foi encontrado por meio de observações do telescópio Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS), da NASA, que identifica mundos através de reduções na luz da estrela que orbitam, quando passam à frente delas em nossa perspectiva de observação. Depois, os telescópios do sistema Search for Habitable Planets Eclipsing Ultra-cool Stars (SPECULOOS) confirmaram a existência dele.

Posteriormente, a equipe usou o SPECULOOS para estudar o sistema novamente em busca de outros possíveis exoplanetas, e acabou descobrindo o segundo mundo, que havia passado "despercebido" pelo TESS. "Observações de acompanhamento com telescópios em solo são sempre necessárias para confirmar a natureza planetária dos candidatos detectados, bem como para refinar as medidas de seus tamanhos e propriedades orbitais", disse Delrez, em um comunicado.

Para os próximos passos, os pesquisadores querem estudar a atmosfera do LP 890-9c, que parece ser um bom candidato a planeta potencialmente habitável. "É importante detectar quantos planetas rochosos temperados for possível para estudarmos a diversidade do clima deles, e para eventualmente chegarmos a uma posição que permita medir o quão frequentemente a biologia emergiu no universo", acrescentou Amaury Triaud, professor que conduziu as observações do SPECULOOS.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Astronomy & Astrophysics.

Fonte: Astronomy & Astrophysics; Via: University of Birmingham

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