Cientistas cidadãos flagram 144 "exoplanetas impostores" em dados do TESS
Falsos positivos tinham menor massa entre os candidatos, sugerindo que os cientistas ainda não entendem totalmente a distribuição de massa em exoplanetas
Uma equipe de voluntários do projeto Planet Patrol Citizen Science Project ("Projeto de Ciência Cidadã de Patrulha Planetária", em tradução livre) identificou 144 "exoplanetas impostores", em meio a uma amostra de 999 candidatos encontrados pelo telescópio espacial Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS).
- Eis tudo o que sabemos sobre exoplanetas — até agora
- Esses três objetos podem ser estrelas "impostoras" em vez de exoplanetas
Durante suas operações, o TESS faz fotos de milhões de estrelas em busca de um pequeno escurecimento na luz delas; geralmente, essa diminuição do brilho é causada por um planeta passando à frente dela, mas também pode vir de estrelas variáveis imitando o comportamento de planetas, erros nos dados, entre outros fatores.
Assim, a ideia é que os participantes do projeto analisem as imagens do telescópio em busca de ruídos e características que indiquem que, talvez, haja algum "impostor'' em meio aos dados, ou seja, um falso positivo. Desta vez, os voluntários se debruçaram sobre os dados e aprenderam a trabalhar com ferramentas usadas por astrônomos profissionais para examinar os candidatos a exoplanetas.
Além disso, eles escreveram código próprio para comparar os possíveis mundos, monitorando o andamento do trabalho. "Esperamos encontrar cinco falsos-positivos astrofísicos para cada candidato 'verdadeiro' nas imagens do TESS", explicou Luca Cacciapuoti, autor principal do estudo que descreve as descobertas. "O trabalho dos cientistas cidadãos é crítico para identificar estes impostores".
No fim, as descobertas da equipe de cientistas cidadãos mostraram que os exoplanetas "falsos" tinham a tendência de ter menor massa. Isso sugere que, talvez, os cientistas ainda não compreendam exatamente como ocorre a distribuição de massa dos planetas.
O artigo com os resultados do estudo será publicado na revista Online Monthly Notices of the Royal Astronomical Society e pode ser acessado no repositório arXiv, sem revisão de pares.
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