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Bipes e rádio portátil: por que aparelhos obsoletos estão sendo usados na guerra?

Grupo extremista Hezzbolah detonou milhares de pagers e walkie-talkies em atentados no Líbano

19 set 2024 - 05h01
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Resumo
Grupo extremista Hezzbolah detonou milhares de pagers e walkie-talkies em Beirute e no sul do Líbano, resultando em feridos e mortes.
Com a popularização dos celulares, os pagers se tornaram obsoletos, pois os celulares passaram a oferecem muito mais funcionalidades, como fazer e receber ligações e enviar mensagens mais longas.
Com a popularização dos celulares, os pagers se tornaram obsoletos, pois os celulares passaram a oferecem muito mais funcionalidades, como fazer e receber ligações e enviar mensagens mais longas.
Foto: wikimedia commons Thiemo Schuff / Flipar

Nesta semana, o grupo extremista Hezzbolah detonou milhares de pagers e walkie-talkies em atentados em Beirute e no sul do Líbano. De acordo com o Ministério da Saúde libanês, os ataques deixaram ao menos 450 pessoas feridas. Desde terça-feira (17), as explosões de dispositivos eletrônicos já resultaram em 26 mortes.

Os rádios portáteis, também chamados de walkie-talkies, foram comprados pelo Hezbollah há cinco meses, mais ou menos na mesma época em que os pagers foram adquiridos, disse uma fonte de segurança.

O uso destes aparelhos, que já são considerados obsoletos, principalmente o pager, chama a atenção em um cenário de guerras. Mas, afinal, qual o intuito dos grupos extremistas em utilizá-los nos ataques?

Os rádios portáteis ou walkie-talkies surgiram em 1943 e foram usados na Segunda Guerra Mundial pelas forças armadas dos EUA, Canadá e Reino Unido.

Veja como funcionam os walkie-talkies, utilizados em explosão no Líbano
Veja como funcionam os walkie-talkies, utilizados em explosão no Líbano
Foto: Freepik

Eles operam em frequências de rádio específicas, como VHF (Very High Frequency) e UHF (Ultra High Frequency) entre dois dispositivos. Esses sinais viajam pelo ar e são captados pelo aparelho receptor, que os converte em áudio, permitindo a comunicação em voz.

Ou seja, eles podem operar fora das redes de comunicação baseadas na internet, tornando mais difícil para inimigos rastrearem ou bloquearem suas comunicações.

Com isso, estes aparelhos são difíceis de serem rastreados e interceptados. Os pagers e walkie-talkies utilizam frequências de rádio que muitas vezes são menos suscetíveis a interceptações e ataques cibernéticos modernos. 

Além disso, esses dispositivos são mais simples de operar e menos propensos a falhas técnicas comparados a sistemas complexos baseados em satélites ou redes celulares. 

Em situações de guerra, a infraestrutura de comunicação pode ser sabotada, com isso, estes dispositivos oferecem uma forma de comunicação de backup confiável, que não depende de torres celulares ou satélites.

Por fim, especialistas comentam que estes aparelhos facilitam a comunicação em curtas distâncias, permitindo o contato rápida e direto entre pequenas unidades sem a necessidade de infraestrutura externa.

Fonte: Redação Byte
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