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Ácido hialurônico pode reparar músculos danificados, diz estudo

Após um músculo ser danificado, as células-tronco começam a produzir o ácido hialurônico. Quando forma uma camada espessa, o processo de reconstrução é iniciado

5 ago 2022 - 12h54
(atualizado às 14h18)
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Cientistas canadenses estudam como os músculos danificados se regeram no organismo e descobrem que o ácido hialurônico — produzido pelo próprio corpo, diferente do uso estético — é um elemento central no processo. Isso porque a substância pode reativar as células-tronco e, com isso, a região é recuperada.

Publicado na revista Science, o estudo sobre o ácido hialurônico e a regeneração muscular foi liderado por pesquisadores do Hospital de Ottawa, no Canadá. "Após a lesão muscular, as células-tronco musculares devem se coordenar com as células imunes no tecido inflamado para garantir o reparo eficiente", explicam os autores sobre o processo, até então, pouco compreendido.

Foto: Icetray/Envato / Canaltech

Para a reparação muscular, os cientistas já sabiam que as células-tronco e as células do sistema imunológico trabalhavam em conjunto. A questão era entender quais mecanismos coordenavam essa associação, o que poderá, no futuro, permitir o desenvolvimento de novos medicamentos e terapias.

Como funciona o processo de reparação dos músculos?

"Quando os músculos são danificados, é importante que as células imunológicas entrem rapidamente no tecido e removam os 'danos' antes que as células-tronco comecem a se reparar", explica o médico Jeffrey Dilworth, pesquisador do Hospital de Ottawa e autor sênior do estudo, em comunicado.

"Nosso estudo mostra que as células-tronco musculares estão preparadas para iniciar o reparo imediatamente, mas as células imunológicas mantêm as células-tronco em estado de repouso enquanto terminam o trabalho de limpeza. Após cerca de 40 horas, uma vez que o trabalho de limpeza é concluído, um alarme interno dispara nas células-tronco musculares que permite que elas acordem e iniciem o reparo", acrescenta Dilworth.

Segundo os autores, é o ácido hialurônico que indica o momento das células-tronco "despertarem". Isso porque, quando uma lesão muscular ocorre, as células-tronco começam a produzir e se "revestir" com a substância. Assim que o revestimento fica espesso o suficiente, ele bloqueia o "sinal de sono" das células imunológicas e faz com que as células-tronco musculares acordem, promovendo a reconstrução.

Mudanças com a idade

Com o envelhecimento, a produção natural do ácido hialurônico caí e o indivíduo tem cada vez mais dificuldade em regenerar os tecidos musculares danificados. Neste cenário, desenvolver formas que aumentem a produção natural deste ácido pode melhorar a qualidade de vida das pessoas mais velhas.

Fonte: Science e Hospital de Ottawa    

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