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A misteriosa condição que faz olhos brilharem como galáxias

Cientistas estudam hialose asteroide há anos, mas, fora o fato de que idade avançado aumenta chances de sua ocorrência, pouco se sabe sobre a condição benigna

27 mai 2024 - 20h39
(atualizado em 28/5/2024 às 01h12)
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Uma condição ocular relativamente comum pode fazer algo impressionante com os olhos de uma pessoa — transformá-lo em uma "galáxia". Não, não é uma doença, e apenas quem olha de fora consegue ver o fenômeno, invisível do ponto de vista de quem o tem. O "céu estrelado" geralmente ocorre em pessoas mais velhas, mas a ciência não sabe exatamente o porquê ou o que isso quer dizer para a saúde.

Foto: Islesmerekid/YouTube / Canaltech

A condição em questão é a hialose asteroide, que ocorre, em média, em 1 a 2 pessoas a cada 100. O processo geralmente ocorre de forma gradual nos olhos, e muitos portadores sequer sabem que o desenvolveram — na maior parte dos casos, a única mudança é a aparência do próprio olho para as outras pessoas. Ela também ocorre em cães, gatos, cavalos e chinchilas.

A hialose asteroide não causa nenhum problema de visão, embora possa tornar difícil o diagnóstico de doenças oculares. Os fragmentos "estelares" são, basicamente, um acúmulo de material, frequentemente cálcio, no vítreo, parte gelatinosa do olho. A maior parte do olho é composta por ele, ficando entre a retina e o cristalino.

Hialose asteroide e os olhos

Quando ficamos mais velhos, o vítreo pode acumular partículas por conta de infecções, hemorragias e inflamações, causando problemas como as moscas volantes, manchas sobrepostas na visão, por exemplo. Outros restos são invisíveis a nós, mas parecem opacidades brilhantes para quem vê de fora — é o caso da hialose asteroide.

À luz natural, as "estrelas" parecem branco-creme, mas, sob o oftalmoscópio, aparelho usado por oftalmologistas para observar o interior dos olhos, o brilho fica semelhante ao ouro. Cientistas não sabem se a condição está ligada a problemas de saúde, mas alguns pesquisadores acreditam estar ligada a problemas nos vasos sanguíneos ou na reciclagem celular.

Alguns fatores de risco, indicam pesquisas, são idade avançada, hipertensão, diabetes e o cromossomo Y — ou seja, os nascidos homens possuem mais predisposição à condição. Por enquanto, a hialose asteroide não é sinal de outros problemas de saúde, mas estudos podem dizer mais sobre ela: os olhos são a única parte externa do sistema nervoso, e podem revelar muito sobre nosso corpo e cérebro.

Fonte: BMC Ophthalmology, NEJM, Dovepress

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