Quais são os riscos do excesso de ferro?

6 out 2025 - 04h59
Conheça os riscos do consumo excessivo de ferro
Conheça os riscos do consumo excessivo de ferro
Foto: Freepik

A deficiência de ferro é a principal causa de anemia e a que mais prevalece no mundo. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 33% das mulheres não grávidas, 40% das mulheres grávidas e 42% das crianças em todo o mundo têm carência de ferro no organismo. 

Ele está presente em alimentos como carnes vermelhas, aves, peixes, vísceras (fígado, rim), leguminosas (feijão, lentilha, grão-de-bico) e vegetais verde-escuros, como espinafre, couve, brócolis e agrião. Mas, dependendo da carência de ferro, é necessário fazer suplementação, sempre sob orientação médica.

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"É importante lembrar que a associação com alimentos ricos em vitamina C (como laranja, acerola, limão) melhora a absorção do ferro vegetal, enquanto substâncias como cafeína, cálcio e fitatos podem dificultá-la", explica a Dra. Eliana Teixeira, médica pós-graduada em endocrinologia e nutrologia.

O excesso de ferro também pode fazer mal e causar danos para a saúde.  "Conhecido como sobrecarga férrica, ele pode gerar um quadro chamado hemocromatose, que favorece o acúmulo do mineral em órgãos vitais como fígado, coração e pâncreas. Esse acúmulo causa estresse oxidativo, lesão celular e inflamações, podendo levar a cirrose, insuficiência cardíaca, diabetes e até maior risco de alguns tipos de câncer. O ferro em excesso acelera o envelhecimento celular e pode prejudicar a longevidade, já que o corpo não possui mecanismos eficientes para eliminá-lo espontaneamente", alerta a médica.

Qual é a quantidade de ferro ideal?

A necessidade de ferro varia conforme sexo, idade e condições fisiológicas. Em geral, mulheres em idade fértil necessitam de 18 mg/dia devido às perdas menstruais, enquanto homens adultos precisam de cerca de 8 mg/dia. Em gestantes, a recomendação pode subir para 27 mg/dia, segundo diretrizes internacionais.

"É fundamental avaliar os níveis séricos através de exames como ferritina, hemograma e saturação de transferrina, já que tanto o excesso quanto a deficiência trazem riscos importantes", complementa a especialista.

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Quem deve suplementar ferro?

A suplementação de ferro deve ser feita apenas com indicação médica, após avaliação laboratorial. Grupos que frequentemente necessitam incluem gestantes, lactantes, crianças em fase de crescimento, mulheres com fluxo menstrual intenso, pessoas com anemias diagnosticadas e indivíduos submetidos a cirurgias bariátricas.

"O uso indiscriminado de suplementos é perigoso, já que o organismo não consegue excretar facilmente o excesso de ferro. Por isso, o acompanhamento médico é imprescindível para definir dose e duração seguras".

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