Poluição: 5 danos para a saúde e como amenizar os impactos

Especialistas destacam os principais danos causados no organismo pela poluição. Saiba como reduzir os impactos e proteger sua saúde

14 ago 2022 - 08h05
Poluição: 5 danos causados à saúde pelos poluentes
Poluição: 5 danos causados à saúde pelos poluentes
Foto: Shutterstock / Saúde em Dia

No dia 14 de agosto é celebrado o Dia de Combate à Poluição, data criada para alertar a população sobre os danos que os poluentes causam à saúde do planeta - e também à nossa. Afinal, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 99% das pessoas de todo o mundo respiram mais ar poluído do que os limites recomendados pelo órgão.

Infelizmente, a poluição não está somente no ar, ela também pode ser encontrada na água, nos alimentos (com os agrotóxicos) e, também, nos produtos químicos que utilizamos. Todos esses poluentes podem afetar as funções hormonais e metabólicas do organismo, predispondo o aparecimento de diversas disfunções. 

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"Todas podem causar impactos negativos à saúde da população e do ambiente. O problema se agrava nos países em desenvolvimento, como o Brasil, onde muitas vezes a legislação ambiental é deficiente, aliada à falta de infraestrutura de saneamento básico nesses países, que agrava o cenário", explica a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). 

Portanto, o contato com a poluição traz diversos danos à saúde, comprometendo não só o pulmão, ao causar doenças respiratórias, mas também uma cascata de outros danos, que acometem o coração e os rins, causam doenças metabólicas e infertilidade, e também problemas cutâneos. Especialistas explicam mais sobre esses problemas.

Poluição e danos ao coração

Em 2018, um estudo científico da Associação Americana do Coração revelou que a poluição do ar foi responsável por cerca de 3,3 milhões de mortes no mundo decorrentes de doenças cardiovasculares em 2016. Esse número supera o de óbitos atribuídos a problemas crônicos, como tabagismo (2,48 milhões), obesidade (2,85 milhões) e diabetes (2,84 milhões).

Produzidas a partir da queima de combustíveis fósseis, as micropartículas poluentes se alojam no sangue. O resultado é a inflamação e estresse oxidativo sistêmico, com risco de aumento da vasoconstrição, pressão arterial, frequência cardíaca e resistência à insulina.

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Problemas renais

O aumento da temperatura global, causado pela poluição, está contribuindo para maior número de casos de doenças renais. Apesar disso, o problema vem aumentando e tende a crescer ainda mais nos próximos anos, segundo a médica nefrologista Dra. Caroline Reigada, especialista em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira. 

"A sudorese induzida pelo calor e a consequente desidratação predispõem ao maior risco de desenvolvimento de doenças renais. Além disso, à medida que as temperaturas da superfície global continuam a aumentar, os impactos adversos são agravados para as pessoas que já têm doenças renais. A má qualidade do ar também está associada à insuficiência renal crônica progressiva", explica a médica.

Doenças metabólicas

Segundo a nutróloga Dra. Marcella, um poluente pode ter vários tipos de ações.Ou seja, dependendo do composto químico, ele terá diferentes impactos nas atividades hormonais ou metabólicas de acordo com o órgão atingido. "Vários estudos têm associado esse composto com alterações em nosso sistema reprodutivo, aumento do risco de obesidade, neoplasias e outras disfunções. Alguns destes compostos afetam a microbiota do indivíduo e acarretam disfunções metabólicas", revela.

Poluição pode causar infertilidade

"Agentes ambientais tóxicos podem afetar a fertilidade alterando os hormônios e o ciclo menstrual de uma mulher, interferindo na qualidade do espermatozoide ou causando alterações no desenvolvimento de um feto ou uma criança. Alguns agentes podem passar de uma mulher grávida para o feto e podem levar a mutações genéticas", explica o Dr. Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da clínica Mater Prime.

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Envelhecimento e alergias de pele

Segundo a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, diversos estudos epidemiológicos mostram o impacto da poluição na pele. Os grandes inimigos são partículas e micropartículas que causam diversos danos e inflamação. Rugas, manchas, olheiras e flacidez são só mais alguns dos problemas que os poluentes podem causar.

"Esses processos podem levar ao aumento de doenças cutâneas inflamatórias como acne, dermatites e psoríase, degradação do colágeno e envelhecimento da pele. Por esse motivo, é fundamental incluir o uso de substâncias antioxidantes e antipoluição na rotina de beleza, especialmente no caso de pessoas que moram em grandes centros urbanos, metrópoles e megalópoles", destaca.

Como diminuir os impactos da poluição na saúde

Portanto, por mais que pareça um desafio, é possível atenuar os danos da poluição na saúde. Para isso, a Dra. Marcella recomenda:

  • Consumir alimentos cultivados sem agrotóxicos;
  • Evitar alimentos embalados em plásticos com policarbonato A;
  • Evitar colocar potes plásticos (que não sejam indicados para isso) no micro-ondas, ou em contato com alimentos e líquidos aquecidos;
  • Não comprar mamadeiras que não tenham selo do Inmetro;
  • Não comprar embalagens em mau estado e latas amassadas, pois toxinas podem entrar em contato com os alimentos. 

"Para se proteger, uma dieta equilibrada, variada e o mais natural possível é sempre o melhor caminho. É importante dar preferência aos alimentos de cultivo orgânico e evitar o consumo de alimentos ultraprocessados", reforça a nutróloga. 

Os hábitos saudáveis também minimizam o impacto da poluição no coração e nos rins, segundo a Dra. Caroline. "Para prevenção de doenças renais, deve-se aumentar o consumo de água e ter uma alimentação saudável. Além disso, é importante visitar um médico de confiança regularmente para detecção precoce e intervenção de doenças renais genéticas e comorbidades como hipertensão e diabetes", finaliza.

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