Se os cérebros masculinos costumam perder volume mais rapidamente do que os das mulheres com o envelhecimento, o que explica as mulheres serem as mais diagnosticadas com Alzheimer? É o que buscou aprofundar uma pesquisa publicada na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) nesta segunda-feira, 13. Mas a questão ainda está longe de ter uma resposta.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
Com o título É improvável que diferenças de sexo no envelhecimento cerebral saudável expliquem maior prevalência de doença de Alzheimer em mulheres (em tradução livre), o estudo avaliou 12.638 ressonâncias magnéticas cerebrais longitudinais de 4.726 participantes com idade entre 17 e 95 anos, examinamos as diferenças de sexo nas mudanças cerebrais estruturais ao longo do tempo.
A pesquisa identificou diferenças modestas, mas sistemáticas, no declínio cerebral relacionado à idade. “Os homens mostraram declínio em um maior número de regiões do cérebro, incluindo múltiplas regiões corticais, como o córtex para-hipocampal e várias estruturas subcorticais em adultos mais velhos, enquanto as mulheres mostraram um declínio em menos regiões com alterações corticais limitadas e maior expansão ventricular”, explicam.
Há, portanto, mais questões em jogo. Se não é a questão da perda de volume o que faz com que as mulheres recebam mais diagnósticos de Alzheimer, eles pontuam que isso “provavelmente decorre de fatores além das taxas diferenciais de atrofia cerebral relacionada à idade”.
“Reconhecemos que as diferenças de sexo observadas no risco de diagnóstico da Doença de Alzheimer podem refletir influências biológicas e socioculturais que não podem ser desembaraçadas aqui”, afirmam os cientistas.