Afta: causas, prevenção e como se livrar do problema

Especialista explica os diferentes tipos de afta e revela suas principais causas. Saiba como tratar adequadamente as lesões bucais

18 ago 2022 - 08h06
Afta: quais as causas e como tratar?
Afta: quais as causas e como tratar?
Foto: Shutterstock / Saúde em Dia

Você, provavelmente, já lidou com os incômodos gerados pela afta. Aquela ferida que surge vez ou outra na boca, causando dor e desconforto. O que pode durar dias ou até semanas. Essa lesão nada mais é do que uma Ulceração Aftosa Recorrente (UAR), conhecida popularmente como afta. 

Tipos e causas da afta

Existem diferentes tipos de afta. A professora do curso de Odontologia do Centro Universitário da Serra Gaúcha (FSG), Karine Angar, explica que as úlceras mais rasas e menores podem ter duração de 7 a 14 dias e recorrência de 1 episódio por ano ou até 2 vezes por mês. Já as aftas maiores e mais profundas podem durar de 2 a 6 semanas, com possibilidade de deixar cicatrizes.

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De acordo com a especialista, há dois tipos clínicos: a afta herpetiforme e a afta traumática. "O tipo herpetiforme costuma ser menos comum, e a pessoa pode apresentar até 100 lesões por episódio, com uma frequência maior. Além disso, ela acomete mais a gengiva ceratinizada e é mais contagiosa e recorrente, sendo muitas vezes desencadeada pelo estresse", esclarece. 

Além do estresse, há outras causas possíveis como trauma, infecção, doenças autoimunes ou tumorais. "A causa das aftas é pouco esclarecida, pois cada paciente apresenta um fator desencadeante diferente, como alimentos cítricos, diferentes temperos, trauma, estresse, entre outros", comenta. 

Já a afta traumática é a forma mais comum de ulceração em mucosa bucal, e costuma ser identificada durante exame clínico ou anamnese. Conforme Karina, os diagnósticos das lesões traumáticas podem ser divididos em causas mecânicas, físicas ou químicas:

  • Causas mecânicas: mordidas, próteses mal adaptadas e arestas de dentes fraturados;
  • Causas físicas: queimadura térmica por alimentos muito quentes; 
  • Causas químicas: medicamentos aplicados diretamente sobre a mucosa.

A professora destaca que nenhuma faixa etária está livre de adquirir aftas. "Isso porque suas causas são as mais variadas, desde Varicela, GEAH (Gengivoestomatite Herpética Aguda) e Doença de Mãos-Pés-e-Boca, mais comum em pacientes pediátricos, ou até próteses desajustadas, que costumam ser bastante frequente em idosos", explica.

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Tratamento

Se você tem o hábito de colocar sal nas aftas para estimular o processo de cicatrização, saiba que não há nenhuma evidência científica que confirme a eficácia, como destaca Karina. "Corticoides tópicos e laserterapia de baixa potência são os métodos de tratamento bastante utilizados atualmente para auxiliar no processo cicatricial das lesões. Em alguns casos, os anestésicos tópicos podem proporcionar algum conforto ao paciente", esclarece.

A professora do curso de Odontologia da FSG salienta que nem sempre o aparecimento de ulcerações pode ser evitado pelo indivíduo, e que cada caso deve ser orientado de forma específica de acordo com o diagnóstico estabelecido pelo cirurgião-dentista.  

"Investigar se o paciente apresenta algum fator irritativo ou trauma na região e/ou lesões semelhantes em outras partes do corpo são indispensáveis no estabelecimento da conduta de tratamento dos pacientes", declara a profissional.  

Na maioria dos casos as lesões são auto-limitantes e o tratamento visa apenas aliviar os sintomas, conforme a professora. "Casos com comprometimento sistêmico do paciente, como febre, cefaleia, linfadenopatia e dor de garganta, podem ser prescritos analgésicos e antitérmicos, como no caso da Varicela, por exemplo", acrescenta. 

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A professora ainda enfatiza que o Cirurgião-Dentista tem papel fundamental não somente no diagnóstico, mas no tratamento e acompanhamento dos pacientes que apresentam lesões bucais, sejam elas localizadas ou de origem sistêmica. 

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