Conheça os nomes que o IBGE já deu para as favelas

Em suas pesquisas, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vem mudando o nome das moradias precárias desde 1950

Foto: Tânia Rego/AB

Favela antes do IBGE

Entre 1947 e 1948, foi realizado o primeiro Censo de Favelas do Brasil, no Rio de Janeiro. A partir de 1950, o IBGE assumiu a pesquisa.

Foto: Acervo Casa de Oswaldo Cruz

Favela

Nas décadas de 1950 e 1960, o Censo classificava como “favela” mais de 50 barracos sem ruas regulares, sem numeração nem documentação, em terrenos de terceiros, sem rede sanitária, água encanada, luz e telefone.

Foto: Acervo Fundação Biblioteca Nacional

Três vezes favela

Em 1950, o Censo do IBGE constatou que 7,2% da população do Rio de Janeiro morava em favelas. Uma década depois, quase triplicaram, indo de 58 para 147

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Um nome que pouco explica

Na década de 1970, o Censo passou a usar “aglomerados urbanos excepcionais”. A pesquisa passa a mencionar que os locais são “geralmente conhecidos como favelas, mocambos e alagados”

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Um nome pomposo

Em 1980, favelas passam a ser “setores especiais de aglomerado urbano”. Começam as pesquisas nacionais. O IBGE identifica mais de 2,2 milhões de pessoas em 487 mil moradias precárias

Foto: Zimbres

Um nome preconceituoso

Entre 1991 e 2010, o IBGE chamava habitações precárias de “aglomerados subnormais (favelas e similares)”. Havia 4,4 milhões de pessoas em mais de 1 milhão de habitações sem estrutura

Foto: ATigre

Outros preconceitos

Os documentos do IBGE utilizavam termos como “irregular” e “ilegal”. Posteriormente, o Instituto admitiu que usava um “aparato normativo impraticável e inalcançável”

Foto: João HM Giraldi

Simplificando o termo

O Censo de 2010 passou a utilizar o termo “aglomerados subnormais”. Completavam-se cinco Censos de favelas no Brasil. Mais de 11 milhões de pessoas moravam nelas, em 3,2 milhões de domicílios

Foto: Tânia Rego/AB

Volta à favela

Em 2024, após discussões com movimentos sociais, acadêmicos e governo, o IBGE adotou “favelas e comunidades urbanas”. Juntou o termo “favela”, de 1950, com a identificação recente, “comunidades urbanas”.

Foto: Tânia Rego/AB

Favelados formariam estado

Segundo a pesquisa Data Favela, de 2023, existem 13.151 favelas no Brasil, com 17,9 milhões de moradores. Se fosse um estado, seria o terceiro maior do Brasil, com 5,8 milhões de moradias.

Foto: Tânia Rego/AB