'Habla mesmo!' Nova geração não teme o posicionamento?

Elementos da cultura pop, tecnologia e outros fatores transforma Zennials em máquinas de militância

Foto: Shing Rice

Por todos os lados

Basta abrir qualquer rede social para acompanhar uma discussão sobre algum tema polêmico. Se as gerações mais velhas (millennials ou boomers) pensavam bem antes de se posicionar, os zennials (jovens nascidos entre 1995 e 2010) não tem medo, nem vergonha, de botar a boca no trambone.

Foto: Sayan Ghosh

Nativos digitais

Um dos principais motivos dessa mudança de comportamento é a inserção da tecnologia na vida destes jovens desde que eles eram crianças. Zennials passam até 12 horas por dia conectados em plataformas como Instagram e Youtube, como aponta pesquisa da Plataforma Gente de 2022.

Foto: Karsten Winegeart

Cultura pop

Outro fator que também influencia no “aumento" de militância desses jovens é uma mudança na postura de astros pop. Anitta, por exemplo, foi cobrada diversas vezes até se posicionar politicamente, Beyoncé acabou de lançar outro álbum que aborda o racismo e por aí vai...

Foto: Reprodução Giphy

Fogo nos racistas!

Aos 22 anos, o jogador da Seleção Brasileira é uma das principais vozes contra o racismo. Ele nunca teve receio (também poderia) de se manifestar e expor os crimes. Após ataques de ódio racistas no último domingo (21) no Campeonato Espanhol, o atleta escreveu: "O que falta para criminalizarem essas pessoas? E punirem esportivamente os clubes? Por que os patrocinadores não cobram a La Liga? As televisões não se incomodam de transmitir essa barbárie a cada fim de semana?"

Foto: Imagem: Reprodução/Instagram@vinijr

Sem medo de errar

Outra característica dessa geração é a “não-busca” pela perfeição. "Os zennials percebem que a perfeição é um fardo muito pesado pra ser carregado, acham que isso uma hipocrisia até", pontua Gabriel Rossi, sociólogo e professor de comunicação da ESPM.

Foto: Wesley Tingey

Passivos x ativos

"Antes ficávamos na frente da TV esperando ela nos dizer como viver nossa vida. Éramos muito mais passivos do que hoje. Com as redes sociais, todo mundo tem voz, todo mundo participa, são diferentes perspectivas, você conhece muito mais histórias de vida e isso então dá uma pra falar de diferentes questões", diz Gabriel Rossi.

Foto: Mike Von

Pontos positivos

Já para a psicóloga Gabi Menezes, essa liberdade de posicionamento permite – e estimula -- que os zennials abracem causas sociais importantes, desde a esfera política até a pessoal.

Foto: Wesley Tingey

Cansaço e exaustão mental

Para Gabi, que (mesmo não sendo uma zennial) é ativista da causa body positive, o principal problema da “militância" online é o excesso de confrontos. “Nem sempre o outro compreende o que você está falando, e isso é exaustivo pra saúde mental”, explica.

Foto: Andre Styles

Experiência pessoal

"Posso falar com propriedade sobre a causa da gordofobia (da qual sou ativista). Muitas pessoas não levam a sério quando lutam o por direitos de saúde de pessoas gordas, leis que as defendam, acham que é exagero, fazem piada, reduzem um problema que no fim é de todos", desabafa a psicóloga.

Foto: @gabimenezes

Democracia forever

Já para Gabriel Rossi, o ponto positivo da militância é o aumento na participação política da democracia. "A geração Z não enxerga a política de forma institucional com ideias pré-moldadas. Então é a forma que eles possuem de se propor politicamente, de participar politicamente", acredita.

Foto: Good Faces

Caça like?

Na visão do especialista, o ponto negativo é que muitas vezes a causa fica apenas no discurso e não há ações concretas. Para que essa militância não fique apenas no mundo virtual, “falta uma conscientização mais sólida sobre determinados assuntos".

Foto: Markus Spiske

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