China tenta conter queda populacional com curso de 'educação amorosa'
A China registrou uma queda populacional nos últimos anos que causa alarme no governo local, especialmente pelo impacto econômico que esse encolhimento provoca.
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Em 2024, a população da China registrou recuo pelo terceiro ano seguido, com uma redução de aproximadamente 1,39 milhão de pessoas, passando de 1,409 bilhão em 2023 para cerca de 1,408 bilhão no ano seguinte.
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O país asiático perdeu o posto de mais populoso do mundo para a Índia, condição que sustentou por mais de sete décadas, de acordo com dados da ONU.
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No período, o número de nascimentos aumentou de forma tímida, de 9,02 milhões em 2023 para 9,54 milhões em 2024, elevando a taxa de natalidade de 6,39 para 6,77 nascimentos por mil habitantes.
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Por outro lado, o número de óbitos se manteve superior: foram 10,93 milhões em 2024, ante 11,1 milhões no ano anterior.
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As raízes dessa tendência de queda populacional estão fincadas na antiga "política do filho único", que vigorou de 1979 a 2015 em território chinês. Ela restringia severamente o número de filhos por família.
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A rápida urbanização, o alto custo de criar filhos em centros urbanos, insegurança econômica e pressões tradicionais de gênero também contribuem para desestimular nascimentos.
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Em resposta, o governo chinês adotou uma série de iniciativas com objetivo de estimular nascimentos.
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Entre elas está o estímulo para que universidades ofereçam cursos de “educação amorosa”. A ideia é que as instituições de ensino superior convençam os estudantes sobre aspectos positivos sobre casamento, amor, família e fertilidade.
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Em julho de 2025, as autoridades lançaram um programa nacional de incentivo à natalidade. A proposta prevê a concessão de apoio financeiro para famílias que optarem por ter um ou mais filhos.
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Segundo o plano, as famílias que se enquadrarem nos critérios do programa passarão a receber 3.600 yuans por ano - o equivalente a aproximadamente US$ 503 ou R$ 2.870 - para cada criança com menos de três anos de idade.
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Ainda assim, os especialistas alertam que tais medidas podem não ser suficientes sem reformas estruturais mais profundas, como o fortalecimento da rede de proteção social e o combate à discriminação de gênero.
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A taxa de fecundidade no país mostra o tamanho do desafio. Em 1963, a média era de 7,5 filhos por mulher; na década de 1970, esse índice caiu para cerca de 2 e, desde então, seguiu em declínio.
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Em 2023, pela primeira vez, o indicador ficou abaixo de 1, registrando 0,999, de acordo com dados do Banco Mundial.
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Outro impacto do contexto demográfico desfavorável da China tem sido observado no setor imobiliário, evocando um fantasma que já devastou a economia japonesa: a abundância de unidades residenciais abandonadas ou inacabadas.
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Segundo levantamento do “The New York Times”, cerca de 4 milhões de apartamentos foram finalizados, mas permanecem sem compradores, enquanto outros 10 milhões foram vendidos e ainda não saíram do papel.
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O envelhecimento populacional chinês é uma preocupação crescente das autoridades locais.
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Em 2024, pessoas com 60 anos ou mais representavam 22% da população, totalizando cerca de 310 milhões, ante 297 milhões em 2023.
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Projeções apontam que esse número alcançará 400 milhões até 2035, enquanto o sistema de pensões pode se tornar insustentável até lá.
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A diminuição da população ativa, aliada à queda na base de consumo, cria riscos diretos ao crescimento econômico, enquanto governos locais, já sobrecarregados por dívidas, enfrentam crescente pressão para atender à demanda por serviços sociais e previdência.
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A situação da China não está isolada. Países como Japão, Coreia do Sul e Itália enfrentam desafios semelhantes de declínio populacional e envelhecimento, um fenômeno que preocupa economistas e governantes em âmbito global.
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