Em um novo decreto aprovado pelo Papa Leão XIV, o principal órgão doutrinário do Vaticano estabeleceu limites para a adoração à Virgem Maria. O foco é instruir os católicos a não se referirem a Nossa Senhora como a "corredentora" do mundo.
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A nota doutrinal foi divulgada pelo Dicastério para a Doutrina da Fé, principal departamento da Igreja Católica em matéria de teologia.
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"Não seria apropriado usar o título de corredentora. Esse título pode criar confusão e desequilíbrio na harmonia das verdades da fé cristã'", dizia o texto.
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"Jesus pode ter ouvido palavras de sabedoria de sua mãe Maria, mas ela não o ajudou a salvar o mundo da condenação", frisou o Vaticano.
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Na terminologia cristã, redentor é aquele redime e liberta, título dado exclusivamente a Jesus. Já Maria seria a intercessora, aquela que intermedia.
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O documento tenta frear certos abusos de uma devoção que cresceu muito nos últimos séculos. Na visão da Igreja, ela pode roubar o protagonismo da Santíssima Trindade: Deus, o pai, Jesus, o filho, e o Espírito Santo, a força divina.
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“A devoção mariana, gerada pela maternidade de Maria, é apresentada aqui como um tesouro da Igreja”, frisou o chefe do dicastério doutrinário do Vaticano em seu prefácio à Nota.
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Cabe destacar que os católicos acreditam que Jesus redimiu a humanidade através de sua crucificação e morte. Os estudiosos da Igreja, porém, têm debatido durante séculos a figura de Maria, que muitos religiosos creem que ela ajudou Jesus a salvar o mundo.
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Outras figuras do Vaticano concordam com esta visão. Uma delas foi o falecido papa Francisco, que chegou a chamar a ideia de conceder a Maria o título de “corredentora”, de “tolice”.
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O antecessor de Francisco, Bento XVI, também se opôs ao título. Já João Paulo II chegou a apoiar a concessão a Maria, mas parou de usá-la publicamente em meados da década de 1990.
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Diante disso, a nova instrução do Vaticano ressaltou o papel de Maria como intermediária entre Deus e a humanidade. Ao dar à luz Jesus, ela “abriu os portões da Redenção que toda a humanidade aguardava”, afirmou.
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A principal objeção dos últimos Papas é que alguns defensores do título mariano pareciam quase deificar Maria e diminuíam o papel único de Jesus Cristo.
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O texto também critica a "instrumentalização política" da figura religiosa. Busca, então, valorizar o papel de Maria no projeto de salvação de Jesus, porém como intercessora, "mãe do povo fiel" que roga, sem autonomia para ser "corredentora".
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De acordo com o documento, é necessário evitar "o perigo de ver a graça divina como se Maria se convertesse em uma distribuidora dos bens ou energias espirituais em desconexão com a nossa relação pessoal com Jesus Cristo".
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O documento recorda "os primeiros séculos", que destacou o interesse pela "maternidade divina", quando Maria recebeu o título de Theotokos de mãe de Deus. Essa decisão ocorreu na cúpula cristã reunida no Concílio de Éfeso, no ano de 431.
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"O uso muito comum da palavra 'mediação' nos mais diversos âmbitos da vida social, onde é entendido simplesmente como cooperação, ajuda, intercessão", explicou o documento.
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"Por consequência, é inevitável que se aplique a Maria no sentido subordinado e de nenhum modo pretende acrescentar alguma eficácia, ou potência, à única mediação de Jesus Cristo", completou.
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