Na região costeira de Muisne, no Equador, manguezais parecem se deslocar lentamente ano após ano, criando a sensação de paisagem viva e em constante transformação. Um dos exemplos mais fascinantes de adaptação ecológica em manguezais, considerados essenciais para o equilíbrio climático global.
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A “floresta que anda” descreve o avanço gradual dos manguezais conforme o solo se acumula e as marés remodelam o terreno. As árvores não caminham literalmente, mas se regeneram em novas áreas enquanto morrem nas antigas. Esse processo cria a impressão de deslocamento contínuo da vegetação.
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O fenômeno ocorre na província de Esmeraldas, uma das regiões mais ricas em manguezais do Equador. A área é marcada por intensa dinâmica costeira, com marés fortes e grande aporte de sedimentos. Essas condições favorecem o avanço natural dos manguezais ao longo do tempo.
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As marés empurram sedimentos para dentro do manguezal, permitindo que novas raízes se fixem em áreas antes submersas. Ao mesmo tempo, áreas antigas podem ser erodidas, forçando a vegetação a se regenerar mais adiante. Essa alternância cria o movimento aparente da floresta.
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O acúmulo de sedimentos é fundamental para o deslocamento dos manguezais, pois cria novas plataformas de solo firme. O processo depende da interação entre rios, marés e matéria orgânica acumulada. Assim, a floresta acompanha tal avanço, expandindo-se para zonas recém-formadas.
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As raízes aéreas dos manguezais permitem que as árvores se fixem em solos instáveis e inundados. À medida que o terreno muda, novas raízes surgem em áreas mais favoráveis. Essa plasticidade estrutural é o que possibilita o “andar” da floresta ao longo dos anos.
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Manguezais são ecossistemas vitais para o sequestro de carbono, funcionando como grandes sumidouros naturais. Eles filtram a água, protegem o litoral e abrigam inúmeras espécies. No Equador, são considerados essenciais para mitigar impactos climáticos e preservar a biodiversidade.
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A floresta móvel de Muisne abriga peixes, crustáceos, aves e organismos adaptados à variação constante de salinidade. A dinâmica do ambiente cria nichos variados, favorecendo grande diversidade. Desse modo, essa riqueza biológica sustenta comunidades pesqueiras tradicionais.
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Moradores de Muisne dependem dos manguezais para pesca, coleta de mariscos e proteção costeira. A floresta que se desloca molda o modo de vida local, influenciando rotinas e tradições. Assim, a preservação do ecossistema se torna vital para a economia comunitária.
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Manguezais equatorianos enfrentam pressões como desmatamento, urbanização e expansão da carcinicultura, enquanto estudos mostram queda preocupante nos níveis de carbono azul devido à degradação ambiental. Tais ameaças comprometem a continuidade do fenômeno natural.
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Já a criação de camarões é uma das principais causas de destruição de manguezais no Equador. Grandes áreas foram convertidas em tanques de cultivo, reduzindo a cobertura vegetal. Isso afeta diretamente a dinâmica natural que permite o “deslocamento” da floresta.
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O aumento do nível do mar e eventos extremos alteram a velocidade e direção do avanço dos manguezais. Em alguns pontos, a floresta pode recuar em vez de avançar. A resiliência do ecossistema depende, portanto, de sua capacidade de acompanhar essas mudanças.
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Iniciativas internacionais investem na restauração destes manguezais, reconhecendo seu papel climático. Projetos como “Mangroves for Climate” buscam recuperar áreas degradadas e fortalecer comunidades locais. Essas ações ajudam a manter a dinâmica natural da "floresta que anda".
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A conservação em Muisne envolve moradores que atuam no reflorestamento e monitoramento ambiental. Essa inclusão social é vista como chave para o sucesso dos projetos e, assim, comunidades fortalecidas tendem a proteger melhor seus ecossistemas.
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A "floresta que anda" é estudada por ecólogos interessados em dinâmica costeira e adaptação vegetal. O fenômeno oferece pistas sobre resiliência ecológica em ambientes extremos, enquanto pesquisas ajudam a prever como manguezais responderão às mudanças climáticas.
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A paisagem em constante transformação atrai visitantes interessados em ecoturismo: trilhas, passeios de barco e observação de fauna são atividades comuns. O turismo sustentável pode gerar renda e incentivar a preservação.
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Fenômenos semelhantes ocorrem em outros manguezais do mundo, mas Muisne é um dos casos mais emblemáticos. A combinação de marés fortes, sedimentação intensa e pressão humana cria um cenário único, o que torna a região uma referência em estudos de mobilidade florestal.
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A continuidade do fenômeno depende da proteção dos manguezais e do controle das atividades que os ameaçam. Com conservação adequada, a floresta seguirá a “caminhar” e sustentar biodiversidade e comunidades. Sem isso, o movimento natural corre o sério risco de ser interrompido.
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