Mudanças do clima: Venezuela é primeiro país das Américas a perder geleiras
Foto: Reprodução X @RFI_Br
As mudanças climáticas afetaram diretamente a última geleira da Venezuela. Restam apenas uma rocha exposta e um pequeno pedaço de gelo. São os últimos vestígios da geleira La Corona, localizada no Pico Humboldt.
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O governo anunciou o uso de mantas geotêxteis (malhas térmicas de polipropileno) para tentar mitigar a incidência dos raios solares na superfície do gelo. O que sobra dela poderá desaparecer completamente em 4 ou 5 anos.
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Um ciclo de recuo das geleiras começou no século XIX e se acelerou no século XX, devido às emissões de gases de efeito estufa. A inspiração para salvá-la foi uma técnica utilizada em estações de esqui de países como a França, Suíça e Itália.
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O declínio das geleiras têm impactado todo o mundo. No entanto, a Venezuela, localizada no coração dos trópicos, é o primeiro país na cordilheira dos Andes a perdê-las por completo.
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Anteriormente, o país abrigava cinco geleiras, que cobriam aproximadamente mil hectares de gelo. Para salvá-la, as autoridades decidiram cobri-la com uma manta gigantesca para evitar seu derretimento. Um método controverso, segundo especialistas.
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“O recuo dos glaciares é um processo natural, acelerado pelas mudanças climáticas, mas neste caso o que resta do gelo está no topo e numa superfície muito pequena que não chega a dois hectares", explicou Sulbarán à RFI.
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"Nessas condições, os especialistas consideram que “o processo de desaparecimento deste remanescente da geleira é irreversível”, completou.
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Ecologistas e acadêmicos fizeram um abaixo-assinado para evitar a colocação da capa no glaciar. A cobertura pode atrapalhar os estudos de colonização da vegetação e apresenta riscos de contaminação.
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A Venezuela não é o único país da América do Sul afetado pelo derretimento dos seus glaciares. Segundo projeções científicas, os Andes perderão grande parte da sua massa glaciar até o final do século.
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Chimboraço é um estratovulcão do Equador, sendo a mais alta montanha do país e do mundo, se medida desde o topo até ao centro da Terra. Está a 6.263 m de altitude e situa-se perto de Riobamba, a cerca de 180 km ao sul de Quito.
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É o pico mais alto dos Andes equatoriais, dominando uma região de 50 mil km² e apresentando uma base de 20 km de diâmetro. É o 17.º monte de maior proeminência topográfica do mundo.
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A Upsala é uma geleira que cobre um vale composto e alimentado por vários glaciares, no Parque Nacional Los Glaciares, Argentina. O seu nome se deve ao fato da Universidade de Uppsala, da Suécia, ter realizado o primeiro levantamento da região no século XX.
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Seus campos de gelo cobrem uma extensão de 765 km². O glaciar possui uma extensão de 53,7 km, sendo o terceiro mais longo da América do Sul (após o Pio XI e o glaciar Viedma), e suas paredes alcançam a altura de 40 metros em média.
Foto: Flickr Lucila Maciel
A Sierra Nevada de Santa Marta é uma cadeia montanhosa que corre pela Colômbia, isolada dos Andes por zonas planas e semi-áridas. Alcançando 5775 metros de altitude e a apenas 42 km do Mar do Caribe, é a mais alta cordilheira costeira do mundo.
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Nevado del Ruiz é um vulcão nevado (em seu cume possui neve eterna apesar de estar ativo), situado na cordilheira Central, na Colômbia, nas áreas de Caldas e Tolima. Atinge os 5.321 metros de altitude no cume e é o mais setentrional e maior desta cadeia vulcânica.
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Sobrevivente da última glaciação e portador de 24 mil anos de existência majestosa, o Glaciar Torrecillas se desdobra como uma manta branca de gelo que corta as nuvens. Recebendo menos luz a sua formação glacial é preservada.
Foto: Flickr myjenvacaciones
O Glaciar Torrecillas está localizado em uma zona de transição entre a floresta andina da Patagônia e a selva Valdiviana, onde a diversidade da paisagem muda com as estações, oferecendo uma vista de indescritível beleza majestosa e dinâmica.
Foto: Flickr Leonardo Castiglioni
Com seus 5897m, Cotopaxi é considerado um dos vulcões ativos mais altos do mundo. No Equador, é um cone perfeitamente simétrico, coberto por uma grossa manta de neve e gelo, graciosamente sobe de um belo planalto páramo.
Foto: Flickr Marcelo Quinteros Mena
Uma das geleiras da América do Sul deve seu nome ao botânico e micologista ítalo-argentino Carlo Luigi Spegazzini. Na frente do glaciar, é formada pela confluência de duas correntes de gelo distintas que descem lentamente para o leste da cordilheira dos Andes.
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Suas paredes, as mais altas de todas as geleiras, chegam a 135 metros de altura e se estendem por 1,5 km. O Spegazzini cobre uma área de 66 km2.
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Quelccaya é uma bela geleira em Cusco, no Peru, que é a maior de toda zona tropical do mundo. Este gigante branco também é chamado de Calota de Gelo de Quelccaya.
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Quelccaya possui um comprimento superior a 17 km, uma área de 44 km² e uma camada de gelo de 200 m de espessura.
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Patrimônio da Humanidade pela UNESCO desde 1981, o Glaciar Perito Moreno está localizado no Parque Nacional Los Glaciares, na Patagônia Argentina a cerca de 80 km da cidade de El Calafate, principal porta de entrada do parque.
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Com 250 km² de extensão, 30 km de comprimento e 74 metros de altura acima da superfície do Lago Argentino, Perito Moreno é uma das 48 geleiras alimentadas pelo Campo de Hielo Sur, a terceira maior reserva de água doce do mundo.
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O Nevado Pastoruri é uma montanha de 5240 metros de altitude, de onde começa a geleira de mesmo nome, que está derretendo e se transformando em um lago aos pés da montanha. A previsão para que o Glaciar Pastoruri suma de vez é de cerca de 10 anos.
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O Nevado Pastoruri é uma destas joias que serão perdidas com o tempo. Infelizmente, as mudanças climáticas têm impactado a região drasticamente, causando o derretimento da maioria dos glaciais e de parte das montanhas nevadas da Cordilheira Branca.
Foto: Psamathe/Wikimédia Commons
Um estudo divulgado pelo MapBiomas mostra que quase metade das geleiras da Cordilheira dos Andes desapareceu nos últimos 30 anos. Na prática, a dimensão da área passou de 2.429,38 km2 para 1.409,11 km2 em três décadas.
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De acordo com os pesquisadores do MapBiomas, organização voltada para causas ambientais, o aumento no número de incêndios no bioma gerou uma maior liberação de carbono negro na atmosfera, elemento oriundo da combustão de madeiras ou combustíveis fósseis.
Foto: - Imagem de JPierre Desvigne por Pixabay
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