Jules Verne: O louco aventureiro do século 19 ainda conquista fãs
Foto: Arquivos departamentais do Somme
Jules Verne não envelhece. Tem uma obra tão cheia de aventuras que até hoje é recomendada para pessoas de todas as idades, sucesso nas escolas e muito vendida no meio literário. Mas por que esse autor francês do século XIX é tão atraente?
Foto: Arquivos departamentais do Somme
Verne é tão popular que, em 2023, uma de suas obras inspirou a escola de samba Porto da Pedra. E a agremiação levou o título de campeã da Série Ouro, voltando à elite do Carnaval Carioca. Vai desfilar em 2024 no Grupo Especial.
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A campeã levou para a avenida um enredo baseado no livro "A Jangada 800 Léguas pelo Amazonas, publicado por Jules Verne em 1881.
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Verne foi visionário. Ele imaginou, quase 200 anos atrás, tecnologias que viriam a surgir muito depois: televisão, ar condicionado, fax, viagem à Lua...Ele pesquisava as inovações científicas da época e avançava adiante, surpreendendo pelo olhar profético de um sonhador.
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Popular, sua obra se espalhou pelo mundo, traduzida em 148 idiomas. Foram mais de 100 livros, criados pela mente fértil do francês, nascido em Nantes, em 8/2/1828, cuja maior paixão era a narrativa de viagens.
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"Cinco Semanas em um Balão" foi a primeira grande obra literarária de Verne. O livro, lançado em 1863, relata uma grandiosa expedição do Dr. Fergusson, o criado Joe e o amigo Dick, sobre o continente africano.
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As aventuras criadas por Verne eram tão mirabolantes que tornaram-se irresistíveis para o cinema. São vários filmes com as viagens mais loucas imaginadas pelo autor.
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"Viagem à Lua" - baseado no livro "Da Terra à Lua"
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Em 1902, nos primórdios do cinema, Georges Méliès lançou aquele que é considerado o primeiro filme de ficção científica: "Viagem à Lua". Ele se baseou em obras de Jules Verne e H.G.Wells. Principalmente em "Da Terra à Lua", escrito por Verne em 1865.
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No livro, mais de 100 anos antes da verdadeira viagem do homem à Lua (1969), Verne imaginou a decolagem de uma nave com três astronautas em direção à Lua. E o ponto de partida era em Tampa (EUA), a 30 km de onde a nave espacial seria, de fato, lançada.
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"20 mil Léguas Submarinas" - baseado no livro homônimo, um dos mais famosos de Jules Verne.
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Lançado em 1954, o filme é estrelado por Kirk Douglas, James Mason e Paul Lukas.
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O livro de Verne projetou um submarino mais moderno do que o que existia na época: o Nautilus, comandado pelo Capitão Nemo. No enredo, uma expedição é feita para investigar naufrágios, que seriam causados por um monstro marinho.
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O Capitão Nemo tornou-se tão popular que inspirou outras obras e está presente no filme "A Liga Extraordinária", em que é interpretado pelo veterano ator indiano Naseeruddin Shah.
Foto: Reprodução cena do filme
"A Volta ao Mundo em 80 dias" - baseado no livro homônimo, um dos mais populares do planeta.
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Lançado em 1956, o filme é estrelado por David Niven e pelo humorista mexicano Cantinflas.
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O personagem Phileas Fogg faz uma aposta milionária com amigos: daria a volta ao mundo em 80 dias. E, para isso, ele enfrenta perigos em todos os continentes, ao lado do fiel criado Passepartout
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"Viagem ao Centro da Terra" - baseado no livro homônimo
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Lançado em 2008, tem Brendan Fraser no papel principal. Em 1959, outro filme já havia sido estrelado por Pat Boone e James Mason.
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Na trama cheia de percalços, um garoto consegue decifrar um manuscrito e participa de um percurso até o centro da Terra
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Verne também escreveu "A Ilha Misteriosa", "A Esfinge dos Gelos", "A Aldeia Aérea", "O Raio Verde" e "Aventuras do Capitão Hatteras", entre outras dezenas de obras que geram curiosidade e mexem com o espírito aventureiro do leitor. Seu último livro foi "O Senhor do Mundo" (1904).
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Verne morreu em 24/3/1905, aos 77 anos, vítima de diabetes. Ele foi sepultado no cemitério de La Madeleine, em Amiens, cidade onde viveu, na região da Picardia.
Foto: Ministério da Cultura da França
A casa onde ele viveu por 18 anos, em Amiens, tornou-se um museu, aberto à visitação.
Foto: Depositphotos
Um monumento à criatividade do autor, que já encantou sucessivas gerações e até hoje fascina o público viajante de suas embarcações.
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Foto: Arquivos departamentais do Somme