A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou um novo conjunto de imagens e textos para embalagensde cigarros. A meta é mostrar problemas graves decorrentes do fumo e,assim, desestimular a prática. As normas serão obrigatórias a partir de 2 de novembro de 2025.
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Ou seja, as empresas fabricantes terão um ano para se adaptarem a elas. Quem não cumprir terá o produto retirado dos pontos de venda. Ao todo, são sete imagens e textos com advertências sobre diversos problemas de saúde ocasionados pelos derivados do tabaco. Elas devem obedecer uma ordem rotativa a cada cinco meses.
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No Brasil, a inclusão de imagens de advertência nas embalagens de cigarro é norma desde 2001 e, desde então, já houve quatro atualizações desses alertas.
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Embora o tabaco seja notoriamente prejudicial à saúde e, em muitos casos, fatal, o cigarro ainda é largamente consumido. E campanhas de conscientização, como as adotadas no Brasil, tentam desestimular essa prática.
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O cigarro como instrumento de inclusão é um problema que foi debatido desde os tempos áureos do cinema, quando o fumo era considerado charmoso.
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Impossível saber o alcance do mal causado pelos filmes da época na saúde dos espectadores, tamanha a quantidade de personagens fumantes que inspiraram jovens ao longo de décadas.
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Nos anos 1920, o cigarro representava glamour e rebeldia. Entre as décadas de 1930 e 1960, houve uma sucessão de filmes em que os atores fumavam em ambientes que atraíam a atenção pelo requinte e pela autonomia dos personagens.
Foto: divulgaçao filme Gilda
James Dean, jovem e belo ator que servia de inspiração para milhares de fãs, apareceu fumando no clássico "Juventude Transviada" (1955). Olhe a foto e pense: quem, na época, não acharia um charme?
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A bela Audrey Hepburn com sua piteira marcou época - um gesto hoje condenável.
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Humphrey Bogart, no clássico "Casablanca", interpreta o charmoso Rick Blaine. Personagem tão cativante que divide o coração de Ilsa Lund (Ingrid Bergman). E em cenas atraentes, ele dava uma tragada no cigarro.
Foto: Divulgação Humphrey Bogart Casablanca
Humphrey, um dos maiores atores da história, desperdiçou boa parte da vida em nome do vício. Ele fumava não apenas nos filmes, mas na vida real. E fumou tanto que o câncer o matou cedo, aos 57 anos.
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Bette Davis foi uma das atrizes que mais vezes apareceu na tela com um cigarro nas mãos. Era um companheiro quase permanente.
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O cigarro era até mesmo um instrumento de sedução, como nesta cena de "Now Voyager" (1942), em que o galã Paul Henreid acende o cigarro de Bette Davis, ambos num clima de sensualidade.
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Aqui é o oposto. A mulher é que acende o cigarro do homem. Clark Gable, símbolo sexual de sua geração, dá aquela olhada em Joan Crawford com o cigarro a postos.
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Marlene Dietrich foi outra, quase sempre com um cigarro na boca na personagem.
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A atriz chegou a fazer propaganda de cigarro. No cartaz, ela aparece sofisticada, maquiada, com cabelos alinhados, vestido de gala, e uma piteira. A propaganda diz que o Lucky Strike é mais brando que outros.
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Os filmes de faroeste também não largavam o cigarro. Clint Eastwood, um dos ícones do western americano, desejado pelas moças e por rapazes em sua época de herói, a todo instante tinha um cigarro na boca.
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John Wayne e Gary Cooper chegavam a receber dinheiro de fabricantes de cigarro para promover o produto nos filmes. Ambos morreram de câncer. Na foto, propaganda da marca Camel feita por John Wayne.
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Mais recentemente, o cigarro ainda marcava presença, embora com menos intensidade e sem associação a charme e elegância. Além disso, passou a haver uma resistência a esse tipo de apelo.
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Tanto que o cartaz promocional do filme Coco Chanel foi vetado, em 2009, na publicidade na França, pois tem Audrey Tautou segurando um cigarro - o que foi considerado uma propaganda de cigarro (proibida no país).
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Hoje, o apelo pelo cigarro já foi bastante reduzido. O cinema parou de glamourizar o fumo. Não há mais propaganda de cigarro. E os alertas são explícitos nas embalagens numa tentativa de dissuasão.
Foto: Gerd Altmann pixabay
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