Bilionário manda fósseis para o espaço e irrita cientistas

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O bilionário sul-africano Timothy Nash irritou a comunidade científica ao enviar para o espaço, no dia 8 de setembro de 2023, vestígios fossilizados de ancestrais humanos. O FLIPAR mostrou e republica para quem não viu.

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Essa foi a primeira vez que algo do tipo foi realizado.

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Entre os fragmentos transportados estavam um pedaço de clavícula de um Australopithecus sediba, que viveu há aproximadamente 2 milhões de anos, e um osso do polegar de um Homo naledi, datado de cerca de 300 mil anos atrás.

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Os fósseis foram cuidadosamente acomodados em um tubo e transportados a bordo de uma aeronave da Virgin Galactic.

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O voo partiu do Spaceport America, localizado no estado do Novo México.

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Os ossos foram selecionados por Lee Berger, um explorador renomado e diretor do Centro de Exploração da Evolução Humana Profunda da Universidade de Witwatersrand.

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Em um comunicado, ele esclareceu que a decisão de transportar os restos mortais para o espaço “representa a apreciação da humanidade pela contribuição de todos os ancestrais da humanidade e de nossos antigos parentes”.

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No X (antigo Twitter), alguns arqueólogos se manifestaram e parecem não visto a ideia com bons olhos.

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Em sua conta, o antropobiólogo Alessio Veneziano resumiu de forma concisa os quatro aspectos que causaram indignação na comunidade científica.

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Primeiro, ele afirmou não haver razão científica em observar os fósseis no espaço.

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Depois, ele questionou as implicações éticas envolvendo os restos mortais dos hominídeos.

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Alessio também questionou o fácil acesso dos bilionários aos fósseis, coisa que muitos estudiosos e pesquisadores não conseguem.

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Por último, o antropobiólogo reforçou que há uma deturpação da prática paleoantropológica nessa história toda.

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“Estou horrorizada que eles tenham recebido uma licença. Isso não é ciência!”, declarou Sonia Zakrzewski, bioarqueóloga da Universidade de Southampton, no Reino Unido.

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Ao solicitar a autorização para transportar os fósseis para o espaço, Lee Berger destacou que o propósito da viagem era fomentar a pesquisa científica.

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Ele também alegou que o objetivo era destacar a África do Sul como um centro de relevância no estudo das origens da humanidade.

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Segundo o arqueólogo Justin Walsh, a influência do ambiente espacial sobre artefatos históricos não tem sido uma área de interesse científico, considerando que, além de arriscado, os custos são altos.

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“Arqueólogos espaciais como eu estão definitivamente interessados ​​no efeito do ambiente espacial sobre os itens, mas não acho que usaríamos uma herança daqui da Terra como um artigo de teste para ver o que acontece com isso”, disse Walsh.

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As questões éticas foram contornadas porque os fósseis foram oficialmente catalogados como “restos paleontológicos”, em vez de serem classificados como de origem humana.

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Especialistas alegam que, do ponto de vista legal, essa distinção pode ter aberto uma porta para o transporte dos fragmentos ao espaço.

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Apesar disso, a viagem também gerou dúvidas sobre a adequada preservação dos fósseis encontrados na África do Sul.

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“Deveríamos perguntar: podemos confiar na Universidade de Witwatersrand e em Lee Berger para cuidar desses fósseis daqui para frente, se isso é o que eles acham que é apropriado fazer com eles?”, questionou o arqueólogo Justin Walsh.

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